tag:blogger.com,1999:blog-245301502024-03-12T19:42:11.223-07:00INSIDEOUTUnião, integração e...EGO!Unknownnoreply@blogger.comBlogger43125tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-11416002921381467872012-05-23T13:35:00.000-07:002012-05-26T16:22:52.799-07:00"Defender o yoga"<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4sjHG2zrM3qzDtLaXtGtZgvCdCCwczKyYRE2EnliFrX2Kb-ScfIODGnVhayv7WeYlb1hPJedG-PKRmWJhDNdEIEsi56Q78OMNPEa1HcnKKsJJWaokz_e9GL3WliMJv6SfyM4/s1600/538672_425911927439702_1299743498_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4sjHG2zrM3qzDtLaXtGtZgvCdCCwczKyYRE2EnliFrX2Kb-ScfIODGnVhayv7WeYlb1hPJedG-PKRmWJhDNdEIEsi56Q78OMNPEa1HcnKKsJJWaokz_e9GL3WliMJv6SfyM4/s1600/538672_425911927439702_1299743498_n.jpg" /></a></div>
Frequentemente, entre professores, praticantes e até meros simpatizantes de yoga verificam-se criticas, indignações, até movimentos para “defender o yoga”!</div>
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<br /></div>
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Defender o yoga de quê, ou mais precisamente, de quem?</div>
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<br /></div>
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Aparentemente é de usurpadores, deturpadores, e mal informantes. Pessoas, empresas, que se aproveitam do yoga para ganhar dinheiro, o usam na publicidade, o usam para se dar importância, ganhar fama, seguidores, etc. Pessoas que <span class="fullpost">não percebem bem o yoga , a sua “essência”, a sua origem e propósitos “verdadeiros”, o valor supremo da “tradição”, e por isso, com ou sem malícia, deturpam a sua “pureza”.</span></div>
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<br /></div>
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<span class="fullpost">Bem, eu duvido que o yoga tenha uma origem e propósitos únicos, desconfio muito de discursos moralistas acerca de purezas, para mim tradições jamais são puras e intocáveis, e até diria que é algo ridículo falar na “essência” do yoga, ou de “verdadeiro”yoga.
É que </span><b><span class="fullpost">yoga, </span></b><span class="fullpost"><b>para mim, é o processo de auto conhecimento. Yoga sou eu a auto conhecer-me, a reconhecer-me, a meditar, a concentrar-me…</b></span><span class="fullpost">Muita gente que nunca ouviu a palavra yoga é yogi, e muitos yogis famosos mais parece que nunca a ouviram!</span><span class="fullpost"> Por tanto, para mim, <u>não há por aí nenhum yoga, autónomo, que exista de per si, e para si, de que se possa falar <b>como se fosse uma objecto ou um sujeito.</b></u> Nem sequer é uma cultura. E, por arrasto de raciocínio, também <b>não existe um tal yoga que se possa atacar, ou defender, ou deturpar, usurpar,</b></span></div>
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<span class="fullpost"><b></b></span></div>
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<span class="fullpost"><b>
</b> etc. </span></div>
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<br /></div>
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<span class="fullpost">O que vejo é muita possessividade de professores, que criticam outros actores do mundo, especialmente outros professores, porque gostam de se diferenciar deles (por uma questão de marketing…) e porque, não obstante tantos discursos de humildade e desapego, gostavam de ser donos do yoga, ou pelo menos impor a sua visão acerca do que o yoga é e deve ser aos demais. É ego…logo no yoga, este mundinho onde se fala tanto de união!</span></div>
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<span class="fullpost">Tanto me faz se uma empresa de colchões, um banco, uma cervejaria ou um professor de yoga usam a palavra yoga para o que, e como quer que seja. Podem buscar e vender autoconhecimento, sexo depravado, ou simplesmente dinheiro. Ou tudo. É-me indiferente se é yoga pela paz, ou para viagens astrais, para rir, endireitar a coluna, ter orgasmos explosivos, vender incensos de bosta de vaca, empréstimos bancários celestiais, ou adquirir firmeza nos gluteos! <b>“yoga” é só uma palavra.</b> Não sou, nem ninguém é, dono dela. E o que quer que digam e façam com tal palavrinha, não é isso que me vai ajudar ou prejudicar no meu processo de autoconhecimento, a que eu chamo yoga, com nem mais nem menos direito que qualquer outro. </span><br />
<br />
<span class="fullpost">E se, por absurdo, alguém registasse comercialmente a palavra "yoga", ou "hatha yoga", ou "vedanta"?! Suponhamos que isso era possível ( e acho que não é!), e um chico esperto passava a ser dono da palavra, e a pedir royalties pelo seu uso, ou proibia todos os demais de usá-la...algo do genero. E dái? Eu poderia continuar a ser yogi, tal e qual. E se fosse problemático usar a palavra podia sempre usar...yoge, ioga, ou iouga, </span><span class="fullpost">ou samkhya, ou auto conhecimento, ou método tony, ou outra denominação qualquer, ou nenhuma! E daí? Não seria nem mais nem menos yogi por isso.</span><br />
<span class="fullpost"><br /></span><br />
<span class="fullpost">Tudo bem, não sou a favor de passividade, e acho bem que se resguardem patrimónios da humanidade, para toda a humanidade. Mas e que tal um pouco mais de desapego, e foco no essencial?</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-69166224566740099152010-10-13T03:14:00.001-07:002010-10-25T09:22:19.347-07:00Yoga: a luta pela diferenciação<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTZPRNozUew2HutY2R4jq5puzTiuZ9NI57Z1bpTR0SgS6qKlnrhchNnv7N_npVQm1lARAlgWAG_OYA9qWruTlQwhrlKCOz6iLAW5PMjn85OlboPVfl5k99Btlz0YGbwSBZUi0/s1600/amandava.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 292px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTZPRNozUew2HutY2R4jq5puzTiuZ9NI57Z1bpTR0SgS6qKlnrhchNnv7N_npVQm1lARAlgWAG_OYA9qWruTlQwhrlKCOz6iLAW5PMjn85OlboPVfl5k99Btlz0YGbwSBZUi0/s400/amandava.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527472281581653490" /></a><br /><br /><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">No mundo do yoga observa-se frequentemente, e intensivamente, o seguinte <b>padrão de pensamento binário</b>:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><b>Verdadeiro</b> - Por um lado os yogins consideram que o seu yoga é o verdadeiro, autentico, legitimo, tradicional, antigo, etc. “Eu não invento nada, apenas vivo e passo o yoga autêntico como me foi passado a mim, sem por nada meu.”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><b>Falso </b>- Por outro lado consideram que o yoga dos outros, o yoga diferente do seu, é um desvirtuamento, uma deturpação, uma invencionice. Usualmente este yoga diferente é catalogado de moderno, contemporâneo, desmembrado, simplificado. E considera-se este yoga ilegítimo, claro.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><b>O problema é que</b></span></span><span class="fullpost"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><b> os vários tipos de yoga se consideram igualmente de…yoga!</b> Perante o público leigo, o mercado (ou seja $$$), todos se apresentam com o mesmo rótulo: yoga.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="fullpost"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></span></div><span class="fullpost"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">E se isso gera <b>confusão</b>, algo ainda mais visceral é gerado quando os professores em causa, os profissionais, que vivem do yoga, perante a comparação, acham que estão a ser desfavorecidos. <b>Desfavorecidos </b>em quê? Em atenção e reconhecimento. Mais concretamente desfavorecidos em numero de alunos nas suas aulas e cursos, em apreciação pelo dono da academia onde trabalham, em dinheiro ganho. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">Essa reacção visceral atinge os pícaros da indignação (irritação mesmo) quando os professores de yoga vêm corporações capitalistas que nada têm a ver com o yoga a usar a sua imagem (paz, serenidade, bem estar, etc), sem pudores, para vender os seus próprios produtos e a ganhar milhões com isso. E eles continuam (relativamente) pobres e desconhecidos.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">E claro, os que acreditam que são portadores do “verdadeiro yoga” sentem-se os verdadeiros donos do yoga (embora jamais o digam. Mas deixam-nos escapar quando rugem contra o uso indevido do “nosso estilo de vida”, da “nossa herança cultural”). Portanto sentem que o uso da palavra e imagem do yoga pelas corporações ou pelos "yogas deturpado"s é um verdadeiro <b>roubo</b>. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">E perante isto ladra-se. Berra-se. Ás vezes com educação e serenidade, para “esclarecer”, outras vezes rugindo como cão esfomeado. E quase sempre com o <b>coração</b>, porque estamos a falar de convicções profundas, <b>crenças</b>. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">Se os professores de yoga, do “yoga verdadeiro”, se sentem donos do yoga, obviamente acham que não devem ser eles a abdicar da palavra-rótulo yoga para efectuar uma diferenciação. Pois se a palavra é deles! Os outros, que deturpam e usam ilegitimamente a palavra é que deveriam abdicar dela.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">E perante isto ladra-se. Berra-se. Quase nunca de uma forma tão assumida e clara como estou aqui a enunciar. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">Aliás, por falar em assumir-se… </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">Os que se consideram veículos (e donos) do “yoga tradicional autentico” também não são muito assumidos, muito embora falem muito em auto-conhecimento. Por exemplo <b>raramente assumem que têm uma visão essencialmente religiosa do yoga</b>. Porque religião, como yoga, é um rótulo, um rótulo que neste mundo gosta de se evitar. Prefere-se dizer que é uma cultura… O que raios é uma cultura? Depois de tantos séculos a falar intensamente de cultura pode ser qualquer coisa, tudo é cultura, é cultivado, é obra do espírito humano. Cultura é um generalismo, vazio de sentido, que é usado como subterfúgio para esconder a religiosidade profunda de muitos “yogas legítimos”. E embora quase todos os tipos de yoga, “autênticos”, se organizem como pequenas grupos, pequenas seitas, tal e qual como na Índia tradicional, nunca o assumem. Seita é mais um rótulo, usado para diferenciar negativamente os demais, os “yogas deturpados”, os dos outros.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">E nestas </span><b style="font-size: small; ">lutas pela diferenciação</b><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">, na busca de atenção e reconhecimento, para “esclarecer”, para “defender a verdadeira tradição”, os yogins, ou melhor, os profissionais, lutam entre si, sem armas de fogo, mas com fogo na língua. Lutam muito, e querem ser diferentes, e acabam por denotar todos os seus egoísmos e sectarismos, dos mais comuns, demonstrando ser iguaizinhos a todos os que criticam, iguaizinhos ao mais comum dos seres humanos, condição que querem transcender. Sim, porque embora esteja na moda dizer que o yoga apenas revela quem já se é, na pratica quase todos vendem praticas e uma imagem de saúde, bem estar, serenidade, plenitude, sabedoria, a ideia é transmitir que se possuí um Conhecimento fantástico que liberta, é paz, é felicidade, é existência plena e eterna. Precisamente o que se nota que os yogins não têm quando começam a querer diferenciar-se, a achar-se donos de uma cultura, a indignar-se perante o suposto roubo da mesma. </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">E claro, influências do Advaita Vedanta, yoga é União-Integração. <b>Toda esta diferenciação se faz em nome do Uno indiferenciado, todas estas lutas são em nome da paz!</b> A paz está sempre a jeito quando se trata de justificar as guerras!</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span">Será que Brahman está restricto e apegado a uma língua, a um mestre, a uma seita ou tradição? Atman Brahman tem favoritos, é sectário, tem gostos e desgostos? Em Brahman há pecado? Sexo é sujo? </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; ">Os "vendedores sem pudores de yoga deturpado" não serão também Atman-Brahman? </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; "><b>Brahman precisa de ser defendido? Pode ser atacado? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; "><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; ">Se alguém é yogin, e está realmente num processo de recolhimento, de isolamento, renuncia e extinção, que procura refrear-se da exteriorização e suas lutas dualistas,<b> porque raios se importa com o que os outros vendem e ganham? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; "><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; ">Sinceramente, que me perdoem professores amigos, que julgo extremamente competentes e honestos, dos quais gosto, com os quais gosto de aprender, os quais sei que agem por convicção, mas isto não é lutar pela “tradição”, nem pelo “verdadeiro yoga”. É apenas lutar pelo seu quinhão de atenção e por pagar as contas ao fim do mês. Se alguém se dedica realmente a identificar-se com o absoluto está preocupado em diferenciar-se, defender-se e lutar contra o seu semelhante porquê? Em nome do yoga?!? </span></div></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-26868786208085544842010-09-28T02:28:00.000-07:002010-09-30T09:36:58.861-07:00Yoga: o discurso contra si mesmo dos yogins.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyljfwqpqjwFFY-F5BuuJ2iGgUV-6rquuBYFjtZUcZhXY1M4kCJvc7SDUyN1wtrrc7TBHSDRi_0tFXEm90dKMuPVjfLI5xulNy54ctypbndg45il_sezJXwOdfkGYw_H2MYLs/s1600/hipocrisia-yoga.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 366px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521894456991705186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyljfwqpqjwFFY-F5BuuJ2iGgUV-6rquuBYFjtZUcZhXY1M4kCJvc7SDUyN1wtrrc7TBHSDRi_0tFXEm90dKMuPVjfLI5xulNy54ctypbndg45il_sezJXwOdfkGYw_H2MYLs/s400/hipocrisia-yoga.jpg" /></a><br /><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Se temos simpatia por alguém fazemos todo o esforço do mundo para compreender, justificar, defender e apoiar essa pessoa mesmo que ela seja o mais perfeito exemplo do que criticamos.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Se temos antipatia por alguém, por mais parecido que a sua acção e discurso seja do nosso, encontramos sempre forma de a associar a tudo o que é negativo, e fazemos de tudo para parecer diferentes.</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">E por aí se vão forjando redes de simpatias e apoios, pequenas seitas, a maioria não assumidas, para lidar com a concorrência, a do seu semelhante, o “outro”, o Ser, aquela parte do Ser que por acaso até é a mais igual a nós em toda a Criação!</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span"><span style="font-size:85%;">E fazemos o mesmo com esses “outro, fazemos também, e até sobretudo com o nosso “outro”, esse desconhecido, o “eu”. Gostamos muito de ser críticos, moralistas, <span class="fullpost"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">, paternalistas etc, achamos que somos muito sábios, abertos, tolerantes, etc.. Mas mal alguém vira o foco para nós e demonstra que fazemos e dizemos (quase sempre) as mesmas coisas que criticamos (mudamos as palavras, os símbolos, o estilos) sentimos que somos vitimas incompreendidas.</span></span></span></span></div></span><span class="fullpost"><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span><span style="font-size:85%;"></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><strong>Vendemos “auto-conhecimento” mas temos extremas dificuldades em olhar para nós mesmos.</strong> Para as nossas <strong>contradições</strong>, a nossa personalidade dual, cujo um dos lados não assumimos. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Invocamos tradições antigas para tentar esconder todas as novidades e remisturas que adoptamos e recriamos… Falamos em mudança enquanto nos esforçamos ao máximo para fincar pé nos hábitos enraizados e nas crenças cimentadas. Mudamos tudo o que seja necessário para não mudar realmente nada. Defendemo-nos até quanto ás mudanças inevitáveis, que não estão sob a nossa vontade. A mudança, óbviamente, é para os outros, que eu já sou <em>sidhha</em>. Quanto mais inseguros mais apologéticos tendemos a ser. Vendemos paz, felicidade e liberdade sem, nitidamente, a ter.</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"></span> </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Quando queremso seduzir, e fazer um discurso bonito, falamos em Brahma, transcendência dos egos, em unidade. Quando nos apetece criticar e discriminar falamos em <em>viveka</em>. Há sempre uma escritura, um <em>sutra</em>, um ditado popular qualquer, a jeito para justificar todas as nossas pulsões, sobretudo emocionais. E se não há inventamso um <em>sloka</em> mais... De qualquer maneira acaba sempre numa auto-indulgencia qualquer.</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Falamos de samadhi, sobre o que é, sobre como se pode ou não lá chegar...a minha tradição é mais tradição que a tua e tu só vais ficar mais tonificado ao passo que eu vou ser iluminado. Quer dizer, já sou, senão teria de confessar que não sei do que estou a falar e isto é tudo uma questão de fé...mas claro que nada disto tem nada a ver com religião!!!</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">Falamos de Purusha, Ishwara, Atman, Brahman. O ser. O real. O Uno. O criador. O todo. O absoluto. Deus. Deus deve ser grande mesmo, para se interessar, ou pelo menos aturar, tanta disputa em seu nome. Ou será que Deus gosta de nos ver assim, a lutar por Ele? Seria O Ser egoísta? Ou será que Purusha, e todas estas disputas em seus nomes, não são a mais pura treta? Realizar Brahman deve ser pura felicidade mesmo. Eu pelo menos acho isto tudo uma comédia de morrer a rir!</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">É tudo, claro, em nome da verdade, do esclarecimento, etc. É tudo uma questão de princípios certo? Errado! <strong>É quase tudo uma questão pessoal! Económica, afectiva… vaidades, lutas de mercado, lutas de poder, por reconhecimento, por atenção.</strong></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:85%;">E claro que estou a falar, apenas e só, de mim mesmo. Sou um <strong>hipócrita</strong>. Vim só desabafar as minhas frustrações pessoais. No mundo do yoga que eu tenho visto nos últimos 10 anos, felizmente, é só "coerência"! ;)</span></div></span></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-39612172009977330562009-04-28T10:09:00.000-07:002009-04-28T10:13:56.905-07:00Yoga - Recuerdos de Asturias<div><embed src="http://widget-5a.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=648518346373561946&site=widget-5a.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"><a href="http://www.slide.com/pivot?cy=ok&ct=1&at=un&id=648518346373561946&map=1" target="_blank"><img src="http://widget-5a.slide.com/d1/648518346373561946/ok_t000_v000_s0un_f00/images/xslide12.gif" border="0" ismap="ismap" /></a> <a href="http://www.slide.com/pivot?cy=ok&ct=1&at=un&id=648518346373561946&map=2" target="_blank"><img src="http://widget-5a.slide.com/d2/648518346373561946/ok_t000_v000_s0un_f00/images/xslide2.gif" border="0" ismap="ismap" /></a></div></div><br /><br />Durante 3 anos vivi num paraíso chamado Asturias. Em Gijón fundei e dirigi a minha escola, e lá praticamos e fizemos amigos. Um dos melhores momentos eram as sextas a tarde, os treinos de ásana, onde um pequeno grupo (8 a 10) se reunia regularmente para praticar e divertir-se. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Vos echo a todos de menos. Viva Asturias. Hasta pronto y muchos besos.</span><span class="fullpost"></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-36490514191713028142008-11-21T04:42:00.000-08:002008-12-29T18:20:14.432-08:00Os gurus em torné<div align="justify"><span style="font-size:78%;">Ligue para 666semvergonha108, e pergunte por Abraçananda<br /></span><br /><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >O racismo espiritual e os gurus em <em>tornné</em> para a colecta...<br /></span></strong><br /><span style="font-size:85%;">Hoje vieram colocar-me na escola mais uns belos panfletos de mais um guru vindo da Índia, que está de tornné, vem fazer a colecta.<br /><br />Os panfletos são os melhores que jamais vi para um evento de “espiritualidade <span style="font-style: italic;">a la hindu</span>”. O evento é de dia e meio e a participação custa apenas 30 euros. O evento é de dimensão nacional.<br /><br />Em que consiste? Bem, vou dar a minha versão sintética e cínica: o guru vem vender <br /><span class="fullpost">um Diksha, uma iniciação. Neste caso toma-nos por tontos a tal forma que nem sequer é um Diksha a nada em concreto, é apenas o Diksha em si, o próprio acto iniciatório, a nada. Consiste em que uma das pessoas autorizadas para tal coloque as mãos sobre a sua cabeça por cerca de um minuto!<br /><br />Os efeitos? É simples. Como esta Diksha é nada os efeitos são todos absolutamente psicossomáticos, ou sejam, são aqueles que cada um dos participantes espera que sejam. Aquilo que cada um crê, anseia e desespera por obter. E o mais ridículo é que isto é assumido quase descaradamente no panfleto. Só que envolvido numa estéctica e discurso que mistura espiritualidade hindu, experimentos e explicações cientificas (que nunca ninguém vai confirmar ou pedir as fontes), histórias e pequenas frases new age, a falar de amor e felicidade e salvação, etc.,etc. Sugestão funciona, sabem-no bem os publicitários.<br /><br />Eu fico pasmo. Se fosse um americano, brasileiro ou até um espanhol a vender o mesmo seria imediatamente considerado um charlatão líder de seita religiosa perigosa que anda a tentar roubar pessoas tontas, ignorantes e desesperadas. Principalmente se fosse cristão. Mas como é um indiano hindu moreno quase negro, então é outra coisa, tem outro charme, outra credibilidade. Se um ocidental diz que é iluminado é logo tachado de pretensioso pois todos consideram que isso é muito difícil, coisa para santos hindus, etc., mas se é indiano moreno hindu aceita-se sem problemas, mesmo que o individuo em questão seja do mesmo calibre que as bruxas da aldeia que até à pouco tempo faziam curas com exorcismos! Isto não é só nacionalismo, creio que isto é discriminação racica. <span style="font-weight: bold;">É racismo! É racismo negativo, feito por ocidentais contra ocidentais. Racismo espiritual!</span><br /><br />Mas lá está, não só é hindu, é moreno, ri-se muito, tem <span style="font-style: italic;">ananda</span> no nome e ainda é um famoso líder de uma “Universidade da unidade” (assim mesmo, literal) que se apresenta sem querer interferir em religiões, pois supostamente isto está tudo para além das meras religiões. Então tudo bem, vamos. Aliás, publicitemos em escolas de yôga claro, tem tudo a ver, afinal isto também é yôga!<br /><br />!!!???!!!<br /><br />Não, isto não é Yôga. Quando muito seria religião, igualzinha à da maioria das seitas evangélicas cristãs que tão rapidamente condenamos. Mas na realidade creio que nem isso é. <span style="font-weight: bold;">Trata-se pura e simplesmente de um evento, um espetáculo </span>feito para conseguir dinheiro das pessoas através da sugestão. <span style="font-weight: bold;">É circo mesmo.</span><br /><br />As pessoas merecem.<br /><br />O que se passa nestes encontros? O guru aparece, moreno quase negro, às vezes com longa barba branca, se já é velhito, sempre muito sorridente (afinal, tem de expressar a sua felicidade inefável e ainda contagiar os outros com ela). O guru dá o <span style="font-style: italic;">dárshana (deixa-se contemplar)</span>, no qual cada um o contempla e daí retira o que bem entende, e espera-se que daí retire algo abençoado. Afinal o guru, iluminado, é a encarnação do divino, é Deus. Entretanto o guru dá alguma conferencia cheia de frases feitas, sempre com alguma coisa de sânscrito (ou pelo menos hindi) pelo meio para parecer que fala de algo muito antigo e sagrado, muito profundo, e expressa-se mal em inglês (o que convém, porque não diz nada de jeito) e ainda tem de ser traduzido (para parecer mais inacessível e não ter de se esforçar a explicar bem minimamente nada), diz que o que ele quer dizer está para além do que as palavras permitem expressar. E ri-se. Ri-se muito. Pelo meio percebe-se que fala qualquer coisa espiritual que deixa claro que o dinheiro e a materialidade são a desgraça deste mundo, e que o melhor é desapegar-se disso tudo. Por falar nisso, esse guru tem sempre uma “obra social” em países de terceiro mundo onde o dinheiro e bens que alguém queira dar (para desapegar-se) pode ser bem empregue. E ri-se. É muito feliz. E os outros também o são, só por estar ao lado dele. E porque assim o querem e crêem desesperadamente. E assim riem-se todos, muito. Choram também, e com isso lavam a alma. E voltam a rir. Todos abençoados pelo guru, que aliás tem sempre o <span style="font-style: italic;">ánanda</span> em alguma parte do seu nome, como não podia deixar de ser.<br /><br />Entretanto fazem o Diksha, a iniciação espiritual. Em alguns casos inclui a transmição de um mantra secreto, supostamente individual, que é segredado ao ouvido do pagante. Servirá para se concentrarem e meditar através da meditaçao, uma meditaçao com algo de prece. Ou servirá simplesmente para ter algo mais que pagar... às vezes os iniciados recebem novos nomes, sânscritos, de santos, herois, animais misticos ou outro nome fom um significado fantástico qualquer. </span></span><span class="fullpost"><span style="font-size:85%;">Essa iniciação simboliza uma nova vida, um novo começo, uma nova esperança. Tudo o qu eera mau é deixado para trás, como magia. </span></span><span class="fullpost"><span style="font-size:85%;">E por tudo e por nada aproveitam e dão abraços uns aos outros. E falam de amor, paz, harmonia e felicidade. E todos se abraçam, choram e sorriem um pouco mais. E todo são felizes. Alguns até têm “experiências místicas”, alguns até se “iluminam”. Outros sentem leveza, espiritual diz-se. A música em grupo (sob a forma de mantras) ajudam à hipnose geral. É a verdadeira psicoterapia de grupo. alternativa e espiritual diga-se. E também mais barata e eficaz que a psicologias e psiquiatrias que nem sempre garantem melhores resultados.<br /><br />Entretanto, alguns resolvem livrar-se do fardo material doando o dinheiro, o carro e a casa à Obra. Alguns doam a própria vida, que passa a ser de renuncia e sacrifício. A maioria não. Mas uns quantos mais inscrevem-se em outros cursos mais longos, complexos e sobretudo maiscaros. Cursos que prometem ser mais intensos, mais concretos, revelar segredos, operar salvações. A maioria compra pelo menos algum dos Cd´s de musica cósmica, DVD´s de practicas holísticas e terapêuticas, livros sagrados, pedras místicas, incensos mágicos, rosários especiais, etc.<br /><br />E assim se compreende que organizações espiritualistas, que são anti-materialistas e fazem o discurso do desapego ao dinheiro e bens corpóreos, possam fazer muitos milhares de folhetos e revistas de divulgação caríssimos para um simples evento onde as pessoas vão para que lhes ponham a mão na cabeça! Eventos supostamente gratuito ou semi gratuitos. Aliás, nem lhe chamam preço e sim contribuição. Aliás, a contribuição tem de pagar também as viagens e alojamento do guru (que costumam ficar em alojamentos luxuosos, porque sao muito sensiveis), a sua alimentação, roupa, arrendamento do espaço para o evento, etc. E paga também a “obra social” que o guru “apoia”...<br /><br />Os gurus passam em tornné para colecta. Quem vai merece. Eu se fosse indiano hindu também me riria e seria muito feliz.<br /><br />Se você quiser pagar-me para que lhe ponha as mãos na cabeça por um minuto eu também o posso fazer. Contacte. <strong>Ligue para 666semvergonha108, e pergunte por Abraçananda.<br /></strong><br /></span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-84650116371571244602008-10-28T11:11:00.000-07:002008-10-28T11:47:56.111-07:00Uma breve história do ásana<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Dn1Hl0S9NuTSkn-P44L6ry7SCDetchf6hOECHrxT-0IErMCxkG1SPc_tgfAhv574ekhNrpkSYC0G2PYxxlgZr_y9dHRQCZ0T1C6SsqUhkbl4zyCGHibhAZJmNJtRYlTn15c/s1600-h/setembro2005+026.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5262272315509538834" style="WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Dn1Hl0S9NuTSkn-P44L6ry7SCDetchf6hOECHrxT-0IErMCxkG1SPc_tgfAhv574ekhNrpkSYC0G2PYxxlgZr_y9dHRQCZ0T1C6SsqUhkbl4zyCGHibhAZJmNJtRYlTn15c/s400/setembro2005+026.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-size:130%;"><strong><span style="color:#ff6600;">Ásana: um breve historial</span></strong><br /></span><br />O ásana foi, provavelmente, um dos primeiros aspectos do yôga a despontar, pois é extremamente espontâneo e com o corpo é fácil atrair e concentrar, unir, a atenção em um determinado ponto, conquistando a estabilidade da consciência.<br /><br />Desde logo a posição sentada é a posição natural para que o Homem se possa relaxar e estabilizar (sem tender a dormir) podendo então concentrar-se e deixar-se meditar acerca do sentido da Vida e demais questões filosóficas e não filosóficas. E tal como é uma posição que naturalmente tende a provocar um estado que permite a estabilidade, a concentração e a meditação, também é a posição que se deve procurar se queremos provocar voluntariamente a meditação através das técnicas de concentração. Assim, a descoberta do ásana, a posição assentada, estável e confortável, como posição óptima de concentração e meditação, deve ter sido um acontecimento absolutamente natural, a constatação do óbvio. E o refinamento que construiu uma série de sub-posições sentadas para meditar foi somente uma questão de tempo, com vários yôgins sentando-se, adaptando a posição conforme o seu corpo, experimentando. Assim como o terá sido a descoberta de outras posições que facilitam a posterior tomada das ditas posições pretendidas, as de meditação, as sentadas. E assim se desenvolveram todas as milhares de </span><span style="font-size:85%;"><span class="fullpost">técnicas que hoje chamamos de <strong>ásanas: posições físicas firmes e agradáveis, que se podem manter estáveis para meditar</strong> e que também desenvolvem força, flexibilidade e a própria consciência do corpo e através do corpo.<br /><br />Além disso, o ásana é um dos aspectos mais básicos e necessários a ter atenção por quem deseja practicar yôga, já que sem uma posição física firme e estável é muito mais difícil practicar corretamente as demais técnicas (mantras; pranáyámás, concentração, etc.). Assim, á medida que as técnicas do yôga se iam desenvolvendo mais se tornava necessário voltar às bases, criar uma posição de meditação estável, ou seja, criar um ásana, um dhyanásana. E isso consegue-se também com a practica de ásana.<br /><br />No tempo clássico, o tempo Patanjali e seus Yôga-sutras, quando o yôga era de tendência brahmácharya, repressora, de renuncia, ascética, colocou-se a ênfase no <em>tapas</em>, e o <em>tapas</em> pode e tende exercer-se no corpo. E em alguns momentos o Yôga confundiu-se com essas mesmas practicas ascéticas, de sacrifício e até mortificação, técnicas que produzem calor, que activam a energia interna do Homem através do esforço sobre si mesmo, ou seja o tapas. Também essa ascese corporal se tende a exercer através da imobilização total e prolongada de todo o corpo, ou pelo menos de partes dele. E por essa via também se terão descoberto alguns dos efeitos da permanência estável numa posição imóvel.<br /><br />De qualquer forma, a posição estável de meditação (o ásana) já era uma possibilidade e necessidade conhecida antes, desde os tempos Védico e pré-clássicos, e foi tomada não só por Patanjali na sua codificação do yôga (os Yôga–sutras), mas também pelos Brahmanes, Budistas, Jainaistas, etc.. Na índia e em geral no extremo oriente sentar-se no solo não era sinal de pobreza e sim um habito cultural absolutamente comum, que se verificava até entre as elites, no palácios etc,. Só com a revolução industrial pós-colonial, já em pleno século XX é que esse habito começou a perder terreno à medida que os indianos adoptam cada vez mais os costumes e jeitos importados do ocidente.<br /><br />Não se sabe com precisão o momento histórico em que começou a practica da técnica de ásana, ou em que momento essa practica ganhou esse nome. Mas com certeza que os ásanas básicos de meditação já são muito antigos, provavelmente tão antigos como o próprio Yôga e as practicas de meditação em geral. Ou seja, terão 5000 anos ou mais*<br /><br />*<span style="font-size:78%;color:#000099;">a referência a 5000 ou mais, tão comum acerca da história do yôga, deve-se ao facto de 5000 anos ser o marco que constitui a história, a data a partir da qual existem registros escritos sobre as antigas civilizações. Sabe-se que já existia yôga por esse tempo, um yôga primitivo que nem usaria o nome com que hoje o reconhecemos, mas a partir daí tudo são conjecturas, teorias arqueológicas, antropológicas e históricas. Pelo que afirmar que o yôga tem 8000, 10000 ou 15000 anos, como por vezes se vê publicado, embora seja uma possibilidade real, também não é mais que uma teoria vaga e pouco sólida, sem possibilidades de ser minimamente comprovado.<br /></span><br />Nas escavações feitas nas cidades que constituíram a agora chamada “Civilização do vale do Indo”, c encontraram-se “selos” com várias figuras que parecem identificar-se com formas precoces de divindades hindus, nomeadamente Shiva. Em um dos selos mais famosos parece estar uma figura humana que alguns identificam como sendo um yôgi sentado em posição de meditação (samanásana-siddhásana). Isso faz-nos crer que já nessa época pré-classica (4000 a 2000 a.c.), ainda antes do desenvolvimento do Vedismo, já existiam Yôgis e eles já adoptavam esse tipo de posição, os ásanas de meditação.<br /><br /><strong>A importância do ásana como uma practica tantrika que engloba tudo<br /></strong><br />Foi muito mais tarde, quando o Tantrismo medieval dos séculos VI d. c. em diante, reavivou e retomou a cultura animista muito mais antiga, pré-clássica, que o ásana se tornou um elemento mais presente, valioso e até central da practica do Yôga. Com o valorizar da terra, da mulher, do corpo, do sensorial, a cultura tantrika naturalmente deixou de encarar o corpo apenas como um obstáculo a superar através da imobilização, passando a ser um aspecto da consciência, tão bom como qualquer outro, através do qual o yôgin tantriko se pode conhecer, auto-superar, transformar e transcender-se. Assim se passaram a valorizar os ásanas como técnicas que permitem descobrir a realidade no próprio corpo, que em si mesmo já é um aspecto do Todo e o contém representado. “Tudo o que está aqui está em todo lado, o que não está aqui não está me lado algum” diz um dos mais sonantes sutras Tantrikos. O microcosmos que corresponde ao macrocosmos. No corpo se reconhecem e gerem os aspectos emocionais e mentais, e desde logo toda a fisiologia sutil, tão típica do Tantrismo, que tem como alguns dos seus conceitos nucleares a shákti, a força, poder, energia, o prána, a Kundaliní, representados por chakras, nadís e outros símbolos e conceitos. Todos estes aspectos da consciência humana não são apenas físicos, e podem ser conhecidos e manipulados através de outras técnicas não ojectivamente corporais, tais como os mantras, a mentalização, vizualização e concentração, assim como a realização de rituais variados, dos quais o mais famoso é a união sexual ritual, que une os opostos através da união física, sexual, emocional e mental entre um homem e uma mulher (representando polaridades distintas). Mas os ásanas (em conjunto com os pranáyámas e ajudados pelos Kriyás) também são um caminho possível para alcançar, mover e canalizar a “força”, a vontade, a shaktí, o Poder do Homem. Assim, toma destaque o Hatha Yôga, o yôga da força, que deixa de ser apenas a metade inferior e preparatória do Rája Yôga de Patanjali, para passar a ser em si mesmo uma forma de yôga, onde a concentração, meditação e samádhi não são angas posteriores e autônomos, mas sim estão contidos directamente na practica de ásana e pranáyáma, que passa a ser uma via directa para a “iluminação”.<br /><br />Também nessa altura, e como resultado objectivo da practica de Hatha Yôga e suas variantes, e nomeadamente como consequência da practica de ásana, ao verificar que essas practicas não apenas constituíam vias filosófico-espirituais mas que também tinham repercussões positivas na saúde humana, o Yôga passou a acumular pretensões terapêuticas, passando as suas practicas mais corpóreas a ser aplicadas como forma de recuperação da saúde no contexto da medicina tradicional hindu, o Ayurvêda*<br /><br /><span style="font-size:78%;color:#000099;">*Hoje os ocidentais confundem tudo, misturando Yôga que tem fins filosófico, com o Ayurvêda que tem pretensões terapêuticas. O Ayurvêda e o Yôga podem complementar-se, cada um com a sua metodologia, função e plano de actuação, mas não devem confundir-se e misturar-se como se fosse tudo a mesma coisa, da mesma forma que a medicina ocidental e a educação fisica /desporto não se confundem muito embora tenham alguns pontos de contacto e comuns.<br /></span><br />Assim, o ásana em conjunto com as técnicas de pranáyámá e de purificação do Yôga (Kriyás – actividades purificadoras) que se juntam aos ásanas pois ajudam á sua execução e desenvolvimento, ganham uma nova faceta até então desconhecida, a promoção da saúde. Isso foi especialmente útil pois dotava as castas e famílias onde o Tantra medieval se desenvolveu de auto-suficiencia e destaque a nível de saúde, vitalidade e bem estar e ainda lhes permitiu ter um motivo plausível para exercer as suas practicas tantrikas quanto o Tantrismo medieval foi perseguido e reprimido pelos Brahmanes em nome da moral e ética tradicional do vedismo clássico (de tendência brahmacharya – patriarcal e repressor, ou seja, o contrário de tantriko), entretanto reavivado pelo grande Shankaracharya baixo os conceitos essencilamente monistas da filosofia Advaita Vêdanta. Assim, não só não acabaram com o Tantrismo (apenas o reprimiram, limitaram e de certa forma marginalizaram), como a sociedade em geral, e os brahmanes e yôgis em particular, ainda passaram a dispor de uma serie renovada de conceitos e practicas que incorporaram aos hábitos e practicas culturais e filosóficas a partir de então, e que se podem ver hoje no Yôga, no Tantra e no Ayurvêda, constituindo verdadeiras técnologias da consciência e que aparecem sob o nome de ásanas, kriyás, pranayámas e mantras, yantras, etc., e que persistem na cultura em geral através dos conceitos de prána, chakras y Kundaliní, entre outros, assim como nos movimentos devocionais dirigidos à shaktí (shaktismo) e a Shiva (Shivaismo).<br /><br /><strong><span style="font-size:100%;">O ásana na modernidade<br /></span></strong><br />Apesar da extraordinária valorização e desenvolvimento da practica de ásanas desde tempos muito antigos e desde logo desde o advento do tantrismo medieval, quando chegamos ao século XIX e inícios do século XX a practica de ásanas era marginal. Estava em plena decadência. Aliás, toda a cultura hindu e com ela o Yôga, estava em plena decadência após muitos séculos em que houve o advento e expansão da cultura muçulmana e depois também a chegada de potencias dominantes da Europa, nomeadamente os portugueses, franceses, holandeses e sobretudo os Ingleses que consolidaram o seu predomínio no território hoje chamado Índia a partir de meados do século XVIII e até metade do século XX.<br /><br />Embora nunca se tenha extinguido, a practica de ásanas estava tão pouco valorizada que no inicio do século vinte era quase invisível. Desde logo havia poucos mestres de Yôga que se dedicavam em essa vertente considerada menos nobre, limitada e meramente utilitária do Yôga. O texto central do Yôga (Yôga-Sutras) referia e conceitualizava a practica de ásana, mas pouco passava disso mesmo, uma referencia à necessidade de assentar o corpo de forma estável para então proceder à practica de yôga, nomeadamente da meditação. Havia também alguns outros textos medievais e posteriores (Hatha Yôga Pradipika, Ghêrandha Sámhita, e outros menos conhecidos) que referiam a practica de ásanas. Mas esses tratados eram desconhecidos para a esmagadora maioria dos Hindus e até de grande parte dos poucos mestres de Yôga que ainda existiam, já que não estavam traduzidos do sânscrito e outros dialetos nos quais foram registrados a escrito, e por esta altura o conhecimento do sânscrito era ainda mais residual que em tempos anteriores, interessando apenas a um numero reduzidíssimo de eruditos brahmanes (sacerdotes) pois era sua função conhecer os textos que continham a sabedoria védica e maneira de utilizá-la socialmente nos rituais e cerimônias religiosas. Some-se a tudo isto a pobreza muitas vezes extrema em que viviam a maioria dos indianos hindus nesses últimos séculos coloniais, pelo que dedicar-se ao Yôga e nomeadamente ás suas practicas físicas era ou uma fuga do mundo, ou um luxo que poucos podiam tomar, já que era absolutamente necessário trabalhar para fazer subsistir as suas famílias. As próprias leis, tanto dos britânicos como dos rájas (reis) e gurus (mestres, muitos deles os sacerdotes hindus, os brahmanes) que durante algum tempo os ajudaram a controlar a população, desaconselhavam dedicar-se a outras actividades que não o trabalho que os próprios gurus, rájas e britânicos controlavam e exploravam. Num contexto de pobreza extrema nunca se exalta a dedicação ao corpo, à sensorialidade e sexualidade que isso desperta, não só porque o contexto desvia daí a atenção como porque por aí se tendem a gerar movimentos libertários...<br /><br />A decadência das practicas de yôga em geral e de ásana em particular foram de tal modo que ao revitalizar-se essa practica em inícios do século XX os hindus já o fizeram à sua maneira tão típica: incorporando conceitos estrangeiros, nomeadamente da ginástica ocidental, passando a realizar-se ásanas com movimento e repetições, ao estilo da ginástica britânica com a qual os seus exércitos se mantinham “em forma”. Apesar dos movimentos nacionalistas hindus que começaram ainda no século XIX e se repercutiram na soberania adquirida no século XX, e que reclamavam a soberania política e também o respeito e revitalização das tradições hindus, o Yôga só voltou a ganhar importância e reconhecimento, inclusive na própria Índia e aos olhos dos indianos hindus, quando os ocidentais se interessaram por ele. Primeiro traduzindo alguns dos antigos textos em sânscrito para Inglês e para Hindi (máxime o Bhagavad Guitá). Depois resolvendo provar algumas das variadas filosofias Hindus que entretanto tinham estudado, adoptando e practicando essas respectivas vias espirituais, nomeadamente o Yôga e o Tantra. Primeiro importou-se o Yôga por entre outros fragmentos da cultura hindu, Budista e de outros orientes, como uma espiritualidade alternativa que deveria colmatar o vazio espiritual ocasionado pela derrocada do cristianismo e desilusão com “A ciência” que não só não colmatou o vazio como ainda aumentou os temores ao prover material tecnológico bélico para as duas grandes guerras mundiais, nomeadamente a bomba atómica, colocando o Homem perante o drama fundamental da sua própria extinção como espécie. Tal como na Índia medieval, também no ocidente o Yôga enquanto practica física também foi mais fácil de compreender e aceitar quando abordado de um ponto de vista terapêutico e utilitário. E foi já em pleno século vinte que o ásana foi reabilitado, com alguma deturpação pois foi misturado e practicado com educação física (tanto na Índia como no ocidente, assumindo o papel de fitness oriental exótico) e/ou como ginástica terápêutica. Foi reabilitado na Índia por uns poucos professores oriundos de umas poucas escolas e importado massivamente para o ocidente, tanto pelas mãos de indianos hindus como de ocidentais que deles aprenderam e rapidamente disseminaram por academias, ginásios, associações recreativas e culturias, ashrams e outro tipo de escolas de yôga, e nas últimas décadas até por entre empresas e afins, clubes nocturnos, programas televisivos, etc. Tudo se acelerou na década de 80 quando a recessão e ressaca de década de 60, que popularizou o Yôga pela primeira, fez passar o idealismo hippie ao pragmatismo yuppie e impôs a necessidade de evidenciar o utilitário sobre o espiritual, e nada mais visivelmente utilitário que o ásana. Isso só preparou caminho á explosão da moda que eclodiu já na década de noventa em diante e que leva a que hoje o yôga no ocidente seja confundido pela maioria das pessoas leigas e semi-leigas com ásana, e este com uma practica física de fitness e ou terapêutica, quando não mesmo de desporto de competição! Os pioneiros que primeiros se destacaram nessas practicas de ásana são confundidos com artistas contorcionistas e admirados por essas suas capacidades. Na sua grande maioria ainda estão vivos (têm entre 50 e 100 anos) e alguns deles são autenticas pop stars.<br /><br /><strong><span style="font-size:100%;">Hoje: o ásana na sua plenitude ou...à beira de extinção?<br /></span></strong><br />Não deixa de ser interessante constatar como uma practica que era irrisória há apenas 100 anos atrás se tornou uma moda frenética global practicada por dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo! Hoje há mais pessoas a practicar yôga, e principalmente ásana, do que em qualquer outro periodo da história. O ásana tem hoje em dia uma preponderância no yôga que nunca antes tinha tido, ao ponto de muitas pessoas identificarem as duas coisas, resumindo o yôga a ásana! Há eximios praticantes e professores em todo lado do mundo. Mas ainda será Yôga o que se faz em 90% dos casos que por aí se anunciam? Será ásana? Ou será meramente ginástica? Ginástica de fitness ou terapia com muita pretensão, cheiro exótico e fama de milagreiro?!<br /><br />Parece que após a loucura das últimas 4 décadas (desde os anos 60 ao novo milénio, e em especial desde a década dos 90) que fez o yôga, e nomeadamente o ásana, registar-se no património cultural global, a percepção sobre estas practicas pode estar de novo a mudar. Algumas nuvens passam servindo de alerta para os efeitos negativos de tanta massificação. Nomeadamente os programas de TV “Yôga Inc.” e o artigo da Time “When Yoga urts”, parecem apontar para uma visão mais madura, menos optimista e voluntarista desta practica milenária. Ou seria milionária?<br /><br />É que por outro lado o Yôga é hoje um negócio que move milhões e que tem muitos interesses instalados e uma serie deles ainda maiores a querer instalar-se. Em alguns países há uma série de instituições reguladoras de profissões, nomeadamente profissionais da Educação física e de sectores terapêuticos que tentam controlar o Yôga em geral e o seu aspecto físico em particular, de modo a poder abocanhar o negócio de muitos milhões de euros que se gera anualmente em torno a actividades que se anunciam como yôga. Nos EUA há inclusivamente o esforço de alguns empresários do Yôga no sentido de o integrar no sistema nacional de saúde, ou pelo menos integrá-lo na categoria de subsidiável, de forma a aceder a subsídios e deduções fiscais de somas avultadas. Grandes marcas têxteis do sportsware, como Addidas ou Nike, já obtêm mais lucros com as suas linhas têxteis para Yôga que todos os professores de yôga juntos! Já para não falar da inclusão do yôga como exercício virtual, orientado através de uma consola de jogos! Onde ficam os propósitos e ideais filosóficos no meio deste negócio de biliões?<br /><br />Enfim, se o futuro de alguma coisa chamada Yôga parece assegurado, qual é exactamente esse futuro já é mais difícil de prever. Os mais pessimistas advertem que o yôga como via filosófica pode acabar em apenas uma geração!<br /><br />Uma novela a seguir nos próximos séculos...</span> </span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-51471717757825425442008-05-17T16:08:00.000-07:002008-05-17T16:10:46.207-07:00O que é real? O que é verdade?<div align="justify"><span style="color:#ff6600;"><strong><span style="font-size:180%;">Tudo é REAL</span></strong><br /></span><br />A existência é. Está. Foi. E vai sendo. E nada há além da existência. E logo, tudo é realidade. Até o nada e o próprio além cabem no real. Pois a existência é a nossa consciência. E a nossa consciência é a verdade. A existência é permanentemente impermanente. Absolutamente estável na instabilidade. Una e versa. Toma muitas formas. Incluindo o não, a morte, a falsidade, a mentira, a esperança, o sonho, a ilusão e o ego, que são reais e verdadeiros enquanto tais. A realidade é emoção e intuição. É corpo e é mente, e todos os nomes que quiser dar à consciência. Eu chamo-lhe também natureza e vida.<br /><br />Tudo o que a consciência concebe existe, e logo é real, e essa é a verdade.<br /><br /><strong><span style="color:#3333ff;">Consciência = existência</span></strong></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-74306696737370164332008-05-17T15:56:00.000-07:002008-05-17T16:05:59.136-07:00Universo<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqjx5pTa09O_RgKJ8RBkVaa9HYF4t-9y4cU4luYEehlXhmmeBWT-V6Zb7uaGpRCHuQNFgBnv-b-4HJlLKVMPDT3JfIym0zaJ09nA1G5GDStgONFrXE1Y6AQ-nRPDnQbpvWBqQ/s1600-h/universo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201485196224115010" style="CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqjx5pTa09O_RgKJ8RBkVaa9HYF4t-9y4cU4luYEehlXhmmeBWT-V6Zb7uaGpRCHuQNFgBnv-b-4HJlLKVMPDT3JfIym0zaJ09nA1G5GDStgONFrXE1Y6AQ-nRPDnQbpvWBqQ/s200/universo.jpg" border="0" /></a><br /><strong><span style="font-size:180%;"><span style="color:#ff6600;">Uno & verso</span><br /></span></strong><br />A realidade é Una. E versa! Por isso lhe chamamos universo…<br /><br />Há, como sempre, uma imensidão de conhecimentos da existência. Saberes diversos e dispersos que convergem, competem, se contradizem e colaboram. Explicam e prevêem o mesmo e outras coisas. Expressam-se de formas distintas, o que tanto produz entendimento como equívocos. Agrupam-se e classificam-se, de forma nunca permanente e estável, atribuindo-se-lhes nomes. Nomes que nunca são inequívocos, e se referem a muitos “ir sendo”…<br /><br />Mas toda essa produção diversificada compõe um Uno. E provém de um Uno. <strong>Esse Uno é a<br /></strong><span class="fullpost"><strong>nossa consciência.</strong> A consciência Humana, feita de corpo, sensações, emoções, raciocínio, intuições, memória, imaginação e criatividade.<br /><br />Não obstante haver cada vez mais conhecimentos a fazer cada vez mais teorias e previsões sobre a existência, esta torna-se, por isso mesmo, também cada vez mais complexa. Assim, mesmo conhecendo cada vez mais, o universo continua igualmente desconhecido e a vida continua a ser absolutamente imprevisível! E não nos cabe outro papel que continuar a conhecê-la, a vivê-la, a mudá-la, para que tudo se mantenha na mesma!<strong> Tudo muda para ficar na mesma!<br /></strong><br />Os conhecimentos não têm mais ou menos credibilidade e valor por serem de um qualquer tipo específico, que não se consegue definir com um mínimo de exactidão e consenso, e que permitiria fazer essa separação e distinção. Nem por supostamente surgir ou obedecer a algum pretenso método epistemológico diferenciado, também ele indefinível (a não ser “por alto”), pois <strong>todos os conhecimento afluem de forma igualmente espontânea e complexa à consciência.</strong> A validade de qualquer conhecimento não lhe advém por ser racional, emocional, intuitivo, ou qualquer outro nome com o qual nos referimos a algum aspecto da consciência. Até porque a maioria dos conhecimentos são e advém de tudo isso ao mesmo tempo.<br /><br /><strong>A validade de qualquer conhecimento está na utilidade.</strong> Na utilidade que tem para a vida em geral, e para a vida de cada um. Na utilidade que tem para a vida no processo de criar mais…vida. E nesse processo a utilidade pode ser a de prover esperança, integração, segurança, afirmação, energia, etc, à nossa existência, tanto individual como colectiva. E portanto, é a vida em geral, e cada um em particular, que determina quais conhecimentos são mais validos e credíveis em cada momento.<br /><br />A existência é vivida por egos. E o ego, tanto como deseja integrar-se na Unidade, não pode deixar de se afirmar, pela diferença. O ego, pela sua natureza, acha insuportável e inaceitável qualquer unidade que o dissolva (mesmo que nisso lhe apresente o infinito). A única Unidade que vislumbra com agrado e intenso desejo seria uma unanimidade de apoio e reconhecimento, o que choca com o mesmo desejo de egos alheios e por isso nunca se concretiza. Mas o ego não desiste. Nunca. Sempre insiste em distinguir, ainda mais para separar e conquistar, do que para discernir, entender e unir. E assim tenta, por exemplo, definir “tipos de conhecimento específicos”, dos quais o melhor é sempre o seu, claro! Ditaduras de todos os tipos, incluindo culturais e até epistemológicas, são tentações ás quais não podemos resistir. É a nossa natureza.<br /><br />Mas, se aprofundarmos bastante qualquer análise, se aproximarmos ou afastarmos muito intensa e duradouramente a observação, <strong>as verdades transformam-se</strong>, e tanto as diferenças e separações como a união entre as coisas começam a ser menos nítidas. No que antes era Uno começa a discernir-se um oceano de diversidade, e nesta, se continuarmos o dárshana, a diferença começa a dissolver-se de novo no Uno.<br /><br /><strong>A consciência flui. Mantém-se absolutamente estável na sua instabilidade.<br /><br /></strong>É Una & versa…<br /></div></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-56150533754549612062008-05-17T15:52:00.000-07:002008-05-17T15:55:01.823-07:00Focando o foco...<strong><span style="font-size:180%;"><span style="color:#ff6600;">Ponto de vista: Freud!</span><br /></span></strong><br />De todos os pontos de vista, aquele que me parece melhor é o ego!<br /><br />E dentro do ego, <span class="fullpost">parece-me que há dois factores, absolutamente nucleares e interligados entre si, que são a base de tudo: a energia (leia-se $$$) e o sexo! Ou seja:poder.<br /><br />Algures por entre todas as Uniões e desuniões está lá o dinheiro e o sexo. E esses dois factores, tão profundamente interligados, explicam quase tudo.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-53936443609015729142008-05-17T15:39:00.000-07:002008-05-17T15:46:12.576-07:00Ego...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4nSLqvw4ZQ2Gy0J7FO-lTtnjO1SGgVr2NM-hFv4aJ6eKIKHk1IrECHhiJCiLS5TlRHj0H2hYf8zKMh9LId5DNWlaBf0i6Vd1-53IM_8MjaTXglvexbKN4XNFLMiWMZE4J5bI/s1600-h/ismos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201481575566684466" style="CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4nSLqvw4ZQ2Gy0J7FO-lTtnjO1SGgVr2NM-hFv4aJ6eKIKHk1IrECHhiJCiLS5TlRHj0H2hYf8zKMh9LId5DNWlaBf0i6Vd1-53IM_8MjaTXglvexbKN4XNFLMiWMZE4J5bI/s200/ismos.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify"><strong><span style="font-size:180%;color:#ff6600;">...Ismos</span></strong><br /><br />O único "ismo" que realmente sou adepto apoiante é o egoísmo!<br /><br />É o único honesto consigo mesmo e<span class="fullpost"> com os outros. Aliás, é a base comum a todos os outros, incluindo o altruísmo!<br /><br />O meu egoísmo é, naturalmente, o…Antonismo! Mas não se assuste. Não me tomo muito em sério e gosto muito de outros egos! Quiçá até do seu. E um dos dogmas básicos da minha doutrina é um que já ouvia do meu querido pai (que se diz de outros ismos): quanto melhor estiverem os outros melhor estou eu, e vice-versa! </span></div><span class="fullpost"><div align="justify"><br />Já disse isto antes em vários aspectos, e as paranóias do ego deixo para os outros...</span> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-4402660348929655632008-05-17T15:01:00.000-07:002008-05-17T15:49:47.328-07:00As paranóias do ego<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9J6S86k1hpcjUbdEhGzMTVrK2NyP-Z_UxGH5RmcNnruymYEt3l0CNCCQ2j7JKDwfd31VdDPtMQvuNYgVz879_LK8ntuiS_uwQP4gOkr0_CGzsOi7J2qLkelxmlIh5uS15-E/s1600-h/ego+maniac.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201472672099479842" style="CURSOR: pointer" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih9J6S86k1hpcjUbdEhGzMTVrK2NyP-Z_UxGH5RmcNnruymYEt3l0CNCCQ2j7JKDwfd31VdDPtMQvuNYgVz879_LK8ntuiS_uwQP4gOkr0_CGzsOi7J2qLkelxmlIh5uS15-E/s200/ego+maniac.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-size:180%;"><span style="color:#ff6600;"><span style="FONT-WEIGHT: bold">Ego</span> </span><br /><br /></span><span style="font-size:180%;"></span><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Estou farto das paranóias com o ego.<br /><br />No Yôga (e yoga e ióga) é demais. Qualquer coisa que se faça (ou até omissão) tem logo uma acusação disparada de<span class="fullpost"> ego ( e condicionamento), como se fosse coisa má.</span><br /><br /><span class="fullpost">Tenho para mim claro que o Yôga é um processo de transcendência do ego. Ou seja, da consciência blindada nos limites ilusórios do ego.</span><br /><br /><span class="fullpost">Mas transcender não é de todo aniquilar, destruir, ou sequer ver no ego um adversário terrível!</span><br /><br /><span class="fullpost">Transcende-se o ego, através do próprio ego. Aliás, a própria transcendência parece-me uma ambição bastante egóica!</span><br /><br /><span class="fullpost">E transcende-se mas mantém-se um ego. Esse complexo a que se chama ego-personalidade. Essa coisa que vai sendo. Esse devir que identificamos com o nosso nome e serve à nossa expressão na existência!</span><br /><br /><span class="fullpost">O ego é bom. Pelo menos o meu é. E aqueles de quem eu gosto também. E também o é o daqueles que me gostam e querem bem.</span><br /><br /><span class="fullpost">E, observando bem as coisas, os paranóicos com o ego, na realidade, têm problemas mas é com o ego dos outros…</span><br /><br /><span class="fullpost">E digo mais: não existe nenhum ponto de observação melhor para contemplar o mundo que o ego. E para perceber os outros o melhor é fazer dárshana no seu ego. Tudo se torna imediatamente mais claro…</span><br /><br /><span class="fullpost">É um ponto absolutamente coerente em si mesmo, o qual podemos contemplar para entender com perfeição todas as coisas!</span><br /><br /><span class="fullpost">O único problema é que para fazê-lo temos também de transcendê-lo!</span> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-25578977926532700032008-05-17T14:56:00.000-07:002008-05-17T15:00:34.898-07:00Autoconhecimento<span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 0);font-size:180%;" >Eu sou!</span><br /><br />Há uns tempos descobri quem sou.<br /><br />E então exclamei: é isso! Só isso!?! Ok.<br /><br />Bem, agora que já sei posso simplesmente…viver.<br /><br />Mas, filosofar é grande parte daquilo que sou nesta vida.<br /><br />Bom. Agora já não preciso de filosofar para depois viver. Vivo filosofando!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-87679120176453830832008-05-17T14:41:00.000-07:002008-05-17T14:48:07.207-07:00Finalmente a revelação do grande segredo...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjibY3Ed7ld9X-WgLsTf24Z4FJN18FdlAFHOCeSi9sWRWjuTUJTLCe_Ti1jzJGy0KDiQNAGSYrY7KqL-fdhKLcCSgvHjIqOskRnE0WWgJ0gJJbGfJ7weR2SbAtKs7dZpYb5wds/s1600-h/caminho+mental.jpg"><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjibY3Ed7ld9X-WgLsTf24Z4FJN18FdlAFHOCeSi9sWRWjuTUJTLCe_Ti1jzJGy0KDiQNAGSYrY7KqL-fdhKLcCSgvHjIqOskRnE0WWgJ0gJJbGfJ7weR2SbAtKs7dZpYb5wds/s200/caminho+mental.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201466865303695634" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 0);font-size:180%;" >Cheguei!</span><br /><br />(Finalmente a revelação do grande segredo...ou seria do mistério...ou de ísis, ou lá o que era?!!!?)<br /><br />Estaremos a caminho de algo? Sim estamos. E um dia chegaremos lá. Eu já cheguei. Onde? Onde já estivemos. Precisamente onde estamos! O "algo" é só o “aqui e agora”, e já não é pouco. Estamos a caminho do…caminho! Ou como alguém já disse ainda melhor: o caminho faz-se caminhando!<br /><br />(Agora não se queixem de ser demasiada "luz"...ou de ser "só isso"!)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-66797942831841511922008-05-17T14:31:00.000-07:002008-05-17T14:38:18.366-07:00Filosofar é...<span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 0);font-size:180%;" >Filosofia</span><br /><br />Para mim filosofar é simplesmente contemplar o mundo. E deixar que dessa contemplação aflua o conhecimento da existência.<br /><br />Umas vezes vem revelado puro, criativo, de intuição.<br /><br />Outras vezes raciocinado, sentido, tocado.<br /><br />O mais comum é vir-se numa miscelânea interactiva de todas as capacidades existentes.<br /><br />E o conhecimento que se expõe pode ser sempre…contemplado!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-49606428207220762532007-05-01T09:06:00.000-07:002008-05-17T14:37:45.943-07:00Desunião na União!<div align="justify"><span style="color: rgb(255, 153, 0);"><strong><span style="font-size:180%;">Yôga: filosofia e sociologia<br /></span></strong><br /></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);"><strong>Yôga é União e Integração</strong>. É a constatação desses estado das coisas. De que a realidade é assim. Que tudo está ligado. Que os limites e separação entre as coisas (e pessoas) são uma ilusão. O saber que tudo é união…<strong>sempre foi!</strong><br /><br />Se a superação dessa ilusão é também uma libertação, e até uma salvação, isso depende da expectativa e perspectiva de cada um.<br /><br />O que é certo é que quando manto de maya cai, <strong>a diversidade e polaridades que alimentam o devir da existência não cessam.</strong> <strong>Continuam como sempre. Tão infinitas, interligadas e constitutivas da união como sempre. A constactação do Uno não desfaz o Verso!<br /></strong><br />E <strong>a mostra evidente disso é a vida dos Yôgis.</strong> E sobretudo das suas comunidades. <strong>TODOS continuam a manifestar-se egóicamente, através das suas diferenças</strong>,<strong> pelas quais disputam até (e sobretudo) em nome do próprio Yôga! é nitida uma profunad desunião no mundo da ...União!<br /></strong><br /><span class="fullpost"><br /><br />É interessante que, apesar desse facto facilmente observável, é a <strong>esperança e promessas</strong> de que a União será, não só uma concepção filosófica da existência, mas também social, ou seja, que se expresse na vida de relação, e que se revelará em forma de paz e harmonia entre tudo e todos, em que todos serão igual e perfeitamente livres, é essa <strong>fé</strong> que atrai e mantém a maioria dos yôgins entrosados no Yôga.<br /><br />Essa <strong>esperança de que há salvação</strong>, que há solução para a morte, a solidão e todos os problemas sociais e de cada ego deste mundo, continua a ser, como sempre, o móbil que leva e mantém gente no Yôga. É esse o móbil maior para o crescimento do Yôga, nos nossos dias na nossa sociedade. Nem que seja como religião! Tanto como os que procuram Yôga como utilitarismo declaradamente egóico (para coisas praticas de saúde, bem estar ou simples vaidades) e sobretudo muito mais que os que procuram Yôga como filosofia!<br /><br />E a maioria (diria uns 90% para não ser drástico) nunca admite, sequer, ultrapassar essa <strong>esperança, a qual para si é um dogma</strong>. E quando o Yôgin (ou seria crente das suas próprias ilusões?) se enfrenta com o seu próprio dogma prefere rechaçar a existência tal como é, alienando-se, ou então aceita a sociedade como um “realista”mas rechaça o próprio Yôga, que, ao não o salvar dando-lhe o dogma que esperava, o desilude! O mais engraçado é que <strong>o Yôga costuma ser, declaradamente, um processo de desilusões…É mesmo assim. Deve ser se está a funcionar. E essas desilusões seriam muito positivas pois revelam uma outra perspectiva da realidade...<br /></strong><br />Enfim. Filósofos há poucos. Sempre houve. Eu gosto de Yôga. Gosto de filosofia, que para mim tem muito valor. E para mim yôga é filosofia. Mas também <strong>não me sinto melhor ou superior a ninguém por isso</strong>. Neste caso ser raro não acrescenta necessariamente valor! Até exclui…desintegra! Paradoxos da realidade!</span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com40tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-59548175269370680192007-05-01T08:34:00.000-07:002008-05-17T14:38:51.948-07:00Egomaniacos da transcendência<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq-c6-EjDKLsI-WUuaiZeDJTG6juEAT5v6Ha7NOuy3wnmXj68FtGCd3O5Z9zWZ9ZqQL4rsEr_mXGGn_u7iVYMoKgxNs0ClgFX9tzLaGXsYD_-TJJo6jxkyH4P1Q3BxRAywD2E/s1600-h/foco.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5059627184247547234" style="" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq-c6-EjDKLsI-WUuaiZeDJTG6juEAT5v6Ha7NOuy3wnmXj68FtGCd3O5Z9zWZ9ZqQL4rsEr_mXGGn_u7iVYMoKgxNs0ClgFX9tzLaGXsYD_-TJJo6jxkyH4P1Q3BxRAywD2E/s200/foco.jpg" border="0" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;"><span style="color: rgb(255, 153, 0);"><span style="font-size:100%;">União,</span> <span style="font-size:130%;">integração e...</span></span></span><span style="color: rgb(255, 0, 0);font-size:180%;" >EGO!<br /></span></strong><br /><span style="font-size:85%;">Uma reflexão sobre o Yôga e os Yôgins, e a vida social.<br /><br />(Este autor desde já esclarece que o tom irónico e até jocoso de algumas partes em nada pretende retirar o valor ao Yôga ou aos Yôgins. Afinal, sou um deles! A brincar se dizem coisas sérias. E o que seria se não conseguirmos rir de nós mesmos! Não se melindre.)<br /></span><span class="fullpost"><br /><br /><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color: rgb(51, 102, 255);">A transcendência</span></strong><br /><br />Yôga é uma filosofia de vida pratica (técnica) que visa levar ao … Yôga! </span></span><span class="fullpost"><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;">Yôga é um estado de consciência de…Yôga! </span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;">Yôga é União. União no sentido de integração. Integração no todo. Com tudo e todos, com todos os aspectos da natureza, união de todos os aspectos da consciência, numa Unidade, sem princípios nem fins. Integração numa realidade que simplesmente…é!<br />Pois. Simplesmente é! É. E daí?<br /><br />Continuando… </span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;">No estado de consciência de Yôga o ego dissolve-se na Unidade. A personalidade deixa de fazer sentido como algo separado e diferente de tudo o resto. Não mais há o eu, o ego, separado e isolado. As identidades dissolvem-se pois integram-se numa coisa só: o ser. Ser que existe em recriação permanente, numa mudança sem principio nem fim, sem sentido para além disso memso, uma existência que “<strong>simplesmente é</strong>”!No estado de Yôga… </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:85%;">Ainda mais transcendente: o Yôgi identifica-se como sendo, não essa realidade, mas sim a consciência dessa realidade, e a observa. “Simplesmente a contempla”. <strong>A realidade é, na verdade, a própria consciência da realidade!</strong>Que profundo! Que metafísico!Nesse estado de consciência transcendente, o Yôgi liberta-se de todas as angústias do mundo egóico, fenomenal e efémero. Nomeadamente da solidão e da morte. Afinal, ele é tudo, é pleno e infinito! É a própria consciência do todo infinito! Ele simplesmente é. Existe. Através de um mergulho em si mesmo, por aceder ao conhecimento (à consciência) do que é, o Yôgi realiza, em si mesmo, mais do que qualquer ideologia utópica alguma vez sonhou, definiu e realizou!<br /><br />Que bonito! Que tentador! </span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;">Sim. Tudo isso é lindo. E real. Isso é tão real como transcendente. Tão verdadeiro como intangível.O que é tangível são os fenómenos, as mudanças, as diferenças, os nomes, as personalidades. Os egos. </span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color: rgb(255, 0, 0);">O EGO<br /></span></strong><br />O Ego. A consciência egoísta. </span></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:85%;">A nossa real identidade (que “simplesmente é”) pode ser absolutamente "livre", mas na realidade social a liberdade é limitada e condicionada pela liberdade dos outros. Ou seja, pelo nosso PODER em relação ao dos outros. </span></div><span style="font-size:85%;"><br /><div align="justify"><br />Em sociedade, para os outros, sou o António Matos (um chato do pior!). </div><br /><div align="justify"><br /><strong>O ego identifica-se como algo diferente e separado, o Eu. </strong></div><br /><div align="justify"><br />Aquele eu que identificamos como algo distinto, autónomo e individual. Que usa nomes próprios e tudo: António; Portugal; Toyota; orquídea; Microsoft; Benfica; etc… </div><br /><div align="justify"><br /><strong>Na vida em sociedade é o Ego que é reconhecido</strong>. Para os outros(egos) o que existe é o ego. E o ego é…egoísta!<br /></div><br /><div align="justify"><strong>O ego vive apavorado com a sua efemeridade, a que chama morte.</strong> Atormentado por ser absolutamente descartável pela Vida que o comanda. Sempre atrás de prazeres que são tão limitados como o sofrimento é garantido. Pois a Vida é dinâmica, é mudança, é recriação. E a dinâmica estimula-se pela interacção de opostos. É paradoxal. A Vida precisa que os egos se achem diferentes e que se antagonizem. Se combatam energicamente para sobreviver. A Vida vai-se alimentando dos egos para ela própria continuar a viver…E assim os egos alimentam e se alimentam dos dualismos dialécticos. E são tão mais vivos quanto maior for a energia libertada pelas suas fricções. Tudo acaba por se equilibrar todos naquilo a que chamamos evolução. E por maior que seja o esforço ele acaba sempre na grande dissolução a que chamamos morte. </div><br /><div align="justify"><br />É triste ser ego. Mas para o ego, ser ego é irresistível! </div><br /><div align="justify"><br /><strong>Ser ego é</strong> ser só parte. É ser contraditório, instável e efémero. É <strong>ser mortal</strong>. É ser inacabado, condicionado, insatisfeito e dependente. É estar isolado nos dualismos em que se desdobra. É não compreender e não ser compreendido. É procurar sempre encontrar-se mas não ter meta onde parar. E procurar sempre integrar-se e ser coerente e nunca o ser. É ansiar por aquilo que nunca é: completo, integro. É querer suplantar a sua própria condição e quando o consegue percebe que não havia nada a ser suplantado. É ser iludido. É <strong>ser a sua própria ilusão!</strong> E é isso que nós todos somos uns para os outros, em sociedade.<br /><br /><strong><span style="color: rgb(51, 102, 255);">E os Yôgis que já transcenderam o ego?<br /></span></strong><br />O Yôga serve para transcender o ego. SER Yôga é ser algo além do ego. Mas o ego continua a existir!!!<br /><br />Os iluminados são diferentes em quê? Como é a transcendência tangível e susceptível de ser reconhecida e valorizada?<br /><br />Diria que a procura de diferenças, de utilidades e reconhecimento é um sinal óbvio de...egoísmo!<br /><br /><strong>A transcendência é…transcendente! Não se concretiza.<br /></strong><br />O que existe em sociedade são egos. O ego continua a existir, sendo a sua própria ilusão. <strong>Os Yôgis transcenderam o ego, não o destruíram ou anularam, ou</strong> <strong>abandonaram.</strong> Os Yôgis continuam a <strong>TER</strong> um ego, através do qual se expressão. Mesmo que não se identifiquem como sendo isso. E é esse ego que é participante do mundo, com as suas perspectivas, limitações e objectivos. Posso ser iluminado, mas quem participa em sociedade e é reconhecido e valorizado (mesmo que negativamente) é o António Matos. Não o “simplesmente é”!<br /><br /><strong><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Mas então qual a relevância social da iluminação?<br /></span></strong><br /><strong>R:Não tem!<br /></strong><br />Repito: Transcendente é transcendente! Não é algo do mundo fenoménico. </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><strong>A filosofia não serve para nada.</strong> Não resolve nada. Não é útil. Mesmo que a útilidade seja algo ilusório...<br /><br />Por isso alguns Yôgis vão para uma gruta na montanha, tornam-se eremitas e procuram que o seu ego participe o mínimo possível da Vida. Transcendem o ego e demitem-se da Vida. Fazem tudo o que é possível para fazer o mínimo possível! Para não chatear e não se chatearem (de certa forma mantém algo de egoísta). O que queriam mesmo seria simplesmente contemplar a própria existência, mas têm que aguentar também o existir!<br /><br />Outros fazem algo parecido mas mantendo-se mais dentro da civilização. Afinal, tudo é natureza (Prakriti), montanha ou cidade! Para quê esperar a grande dissolução sozinho e pobre. Ao menos ainda desfrutam qualquer coisa pelo caminho.<br /><br />A maioria, no entanto, faz opção diversa. A maioria opta pela via…egoísta! Há muitos que têm (ou adoptam) uma visão teleológica da evolução. A ideia de progresso. Acham que todos estamos a progredir para alguma coisa. Para uma iluminação geral, ou coisa que o valha! (o que é contraditório com o conceito de transcendência: “simplesmente é, sem principio nem fim…”) Logo o seu conhecimento iluminado é fulcral para continuar e acelerar esse processo. Por valorizar tanto o seu conhecimento querem partilhá-lo e expandi-lo, para que mais egos se libertem também. Muitos tornam-se instrutores de Yôga.<br /><br />E também há muitos que não são movidos por tão nobres ideais. Simplesmente gozam do poder que os conhecimentos adquiridos sobre si e sobre o mundo lhe conferem. Aí o conhecimento transcendente acaba por servir para reforçar o próprio ego! (Tudo isto é paradoxal) O facto de já não se identificarem como sendo o ego permite que o tratem com menos medos. Afinal, não é sobre si que as consequências kármicas recaem! É fácil lançar o ego numa consolada libertinagem, soltando-o de preconceitos e limites e permitindo que ele se satisfaça em desejos e sonhos tão reais como ele próprio! (Por isso o Yôga deve ser precedido de uma estruturação ética do Yôgin).<br /><br />Independentemente das boas intenções, ou falta delas, os “transcendentes” têm e usam o seu ego. Ou são usados por ele…Aliás: a própria vontade de transcender as limitações do ego costuma ser uma ambição bastante egoísta!<br /><br />Enfim...<br /><br />É engraçado observar como cada um lida com todos estes conceitos (União, liberdade, ego, etc.), especialmente <strong>no próprio contexto do Yôga. É muito comum neste meio ver gente contra tudo e todos, sempre prontos a disparar uma histérica acusação de ego e condicionamento em relação a qualquer afirmação que se faça.</strong> Qualquer coisa, especialmente que tenha a ver com regras e ordem social, já pode contar com alguém do contra. Sempre em nome da liberdade claro. Qual liberdade, ou de quem? Sabe-se lá…deve ser a do Yôga, a transcendente! </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">As pessoas ( os egos) têm uma necessidade enorme de serem ..egos! <strong>Necessidade de se sentirem especiais</strong>, livres, felizes, etc. A <strong>vaidade</strong> é inabalável. A necessidade de reconehcimento imperativa. Até se encontra beleza e liberdade profunda em grandes nada, tais como o "simplesmente ser"...<br /><br />Outra coisa bastante interessante são os casos que anunciam a viva voz a sua libertação/iluminação: “Sou Uno; Simplesmente sou; Sou livre; Sou livre; Sou livre; …”! Pronto, ok. Está bem, está bem, já se ouviu. Não se percebe se é apenas uma necessidade incontrolável de exibir a liberdade, ou se simplesmente se estão a tentar convencer a eles mesmos! O que é certo é que ninguém gosta ouvir. Ou por inveja ou por decoro…<br /></div><br /><div align="justify">Aliás, embora o Yôga deva servir para atingir a transcendência, parece “ficar mal” ter pretensões a isso. Só o pretendê-lo já é mais do que suficiente para ouvir a pior e mais comum das acusações: é ego!<br /><br />Assim, a pratica do Yôga deve ser feita com objectivos menos égoicos, mais humildes: tratar do corpo tornando-o excepcional, emagrecimento, terapia, bem-estar “corpo e mente”, concentração para melhor produtividade, etc. Mas… utilidades, corpo e produtividade não são coisas do ego? Não compliquemos! A prática está na moda, isso é que interessa!<br /><br /><strong><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Os instrutores de Yôga.<br /></span></strong>(grandes, médios e pequenos e invisíveis, não vá alguém sentir-se excluído!)<br /><br /><strong>Os grandes Mestres, no fundo, são grandes egos!</strong> São pessoas em volta das quais se geram muitos fenómenos: eventos; livros; seguidores; movimentações económico-financeiras; colegas e parceiros; polémicas e inimigos; construções; conhecimentos; etc. Basta olhar para alguns nomes mais conhecidos: DeRose, Sivananda; Aurobindo; Vivekananda; e muitos outros. (sim a lista poderia incluir muitos outros, de vários tipos, linhas e tendências, mais recentes ou antigos…é uma pequena lista pessoal.). Eles são conhecidos e grandes por serem acontecimentos de maior! Outros instrutores são médios e pequenos pelo respectivo impacto no mundo. <strong>É o Karma que se contabiliza, não a transcendência! </strong>O facto de serem considerados grandes Mestres (no mundo dos egos não há unanimidades) tem a ver com reconhecimento e influência social. Não garante nem impede qualquer tipo ou grau de iluminação. <strong>A iluminação dos outros é uma questão de fé para cada um.</strong> Há grandes Mestres que são considerados iluminados por muitos e considerados charlatães por outros tantos. Outros que nunca ouvimos o nome vivem grandes Moksha! <strong>Iluminação e reconhecimento não têm causa directa.<br /><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">O bom instrutor de Yôga:<br /></span></strong><br />Em sociedade cada um vale por aquilo que tem para dar aos restantes. O bom instrutor é o que ajuda os outros na sua própria evolução em direcção aos objectivos pretendidos. Seja através de inspiração, orientação, amor ou simplesmente fé. E como vivemos num mundo de dualidade, fazer algo é também fazer algo contra! Há sempre quem não aprecie e antagonize.<br /><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);"><strong>E tudo isto a propósito de quê?<br /></strong></span><br />Nada de especial.<br /><br />Ou, talvez isto…<br /><br />(Esta é a parte jocosa e ácida. Não tem grande piada mas é para rir. Não leve demasiado a sério)<br /><br />Quando os caros colegas e amigos, especialmente instrutores de Yôga, quiserem mandar os seus “bitaites” acerca de algum assunto de Yôga, especialmente se tiverem intenções de fazer julgamentos sumários e moralistas, antes de dizerem umas banalidades tão bonitas quanto inconsequentes sobre sermos todos unos e livres, e não haver barreiras, bláblábláblá… pensem no seguinte: se todos e tudo são unos então não se devem importar que eu namore com as vossas namoradas, afinal somos todos um, e comer-me a mim é o mesmo que beijá-la a ela! E também não se devem importar que eu passe a escrever textos e no vosso blog, afinal não há meu nem teu, é tudo ser integrado, e é anti natural-espiritual formar barreiras artificiais! E já agora, vocês pagam-me parte da renda da casa, e eu da vossa (não têm? Não faz mal, eu compenso vestindo as vossas roupas) e cada um vai aparecendo para dormir sem ter de dar qualquer tipo de satisfações e se encaixar em qualquer ordem! Isso seria divisionário, coisa do ego, inadmissível! Com certeza são tão livres e desapegados das coisas materiais que as vossas aulas e cursos são grátis! Não faria sentido cobrar por algo de valor espiritual inestimável. Assim como a vossa alimentação, que devem estar prestes a dispensar, já que isso é de seres dependentes e mundanos! Não vamos matar outros seres só para manter o nosso ego. E já agora também deixem de dizer mal do Bush, da América e dos bodes espiatórios em geral(e de qualquer coisa aliás) pois “tudo o que está aqui está em todo o lugar, e o que não está aqui não está em lado nenhum”. Ou seja, dizer mal do Bush, por exemplo, é dizer mal de vocês mesmo, pois o Bush está dentro de vocês, e vocês estão dentro do Bush…Pegar frases feitas e dizer balelas bonitas é fácil. Mas é oco e costuma ser incoerente e hipócrita. Os jogadores e treinadores de futebol também o fazem regularmente. Dos meus colegas do Yôga espero um pouco mais.<br /><br />E se nada de interessante têm para dizer então deixem que seja o silêncio a falar por vocês. O silêncio costuma ser tão eloquente! Aliás, eu próprio também devia estar mais calado.<br /><br />Já chega. E sobra!<br /></div></span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-73430792068661896662007-05-01T08:23:00.000-07:002008-05-17T14:39:22.666-07:00Yôga e liberdade<div align="justify"><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >Yôga e liberdade - Prefácio </span><br /><br />Um amigo perguntou sobre o Yôga, o papel do mestre, como fica a liberdade… E já não foi o primeiro a perguntar sobre o assunto. A maioria das pessoas desconhece o que é o Yôga , ou um Mestre de Yôga e, por isso, desconfia do conceito. Foi mais um bom pretexto para reflectir e pôr as ideias bem claras e em ordem.<br /><br />Tudo o que vou escrever é bastante simples. Diria que é óbvio! Quem não concorda não vai passar a concordar. Espero que quem tinha dúvidas e interesse na questão possa ter mais alguns elementos para formar a sua própria opinião.<br /><br />Como é extenso ficam aqui os tópicos principais:<br /><br />Conceito de liberdade<br />Liberdade epistemológica<br />Liberdade de escolher o Yôga<br />Liberdade de escolher entre os muitos Yôgas<br />Liberdade dentro de cada Yôga e dentro do SwáSthya em particular<br />Liberdade de evolução<br />Um método completo e individualizado<br />Liberdade na relação Mestre – discípulo<br />Liberdade institucional<br />regra básica de segurança<br />Somos normais!<br />Pessoas lúcidas…<br />Transparência e criticos<br />Anti –manipulação<br />Liberdades cívicas<br />Tendências radicais<br />Liberdade de realização pessoal e profissional<br /><span class="fullpost"><br /><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:180%;" >Yôga e liberdade<br /></span></strong><br />O Yôga é uma procura da própria consciência (chit), ou o auto-conhecimento. Para alguns é uma busca de eternidade (sat = existir) ou imortalidade. Muitos querem a felicidade (ánanda). Para outros é uma busca de Liberdade, saude, bem estar, de Deus (nem vale a pena começar a discutir o que Deus é, ou deixa de ser, neste contexto), e muitas outras coisas se podiam acrescentar nesta lista. Tudo isso não é contraditório entre si. Nem mutuamente excludente, antes pelo contrário. A mim, o que mais me estimula é o conhecimento. O autoconhecimento. O que menos me diz é a felicidade (acho que é típico português!). O que é a felicidade? Satisfação, bem- estar, prazer? Também lá está, mas não é o móbil…~<br /><br />A que propósito e em que sentido aparece (ou não) a liberdade, neste contexto?<br /><br /><strong>Conceito de Liberdade<br /></strong><br />Liberdade é uma palavra muito usada. Diria até abusada!<br /><br />Aqui refiro-me a liberdade de <span style="color: rgb(255, 102, 0);">escolha</span>! A <span style="color: rgb(255, 102, 0);">possibilidade de escolher</span> entre várias <span style="color: rgb(255, 102, 0);">opções</span>, de fazer ou não fazer algo, sem coação de qualquer tipo.<br /><br />Outros eventuais sentidos, mais “transcendentes”, da palavra são para aqui…transcendentes!<br /><br /><strong>Liberdade formal</strong><br /><br />O Yôga é algo livre, desde logo , do ponto de vista das “categorias epistomológicas”. Classifica-se como filosofia, sem pretensões a ser “ciência”, absoluto ou objectivo, seja lá o que isso for. Isso desde logo o desata de prisões formalisticas e metoldológicas que visem supostas “garantias de verdades inabaláveis”! É pura e simplesmente: auto-conhecimento. Cada um pode indagar o que e como quiser, sem restrições.<br /><br /><strong>Liberdade de escolher o Yôga</strong><br /><br />A liberdade no Yôga garante-se desde o inicio pela liberdade de o praticar, ou não. O Estado não obriga, e nem sequer incentiva, ninguém a praticar e estudar esta filosofia. Os pais também não o costumam fazer, antes pelo contrário. O Yôga no ocidente ainda é pouco e mal conhecido e logo pouco e erráticamente valorizado. Por isso, só pratica quem quer e porque quer, e pode. Se e enquanto quer. E com quem quiser. Ou até sozinho!<br /><br />Mas também quase nada pode impedir alguém de adoptar esta filosofia de vida. Só a falta de vontade sincera do adepto. Afinal, só requer tempo (o mais valioso dos bens!) e pouco mais do que 2m2!<br /><br /><strong>Liberdade de escolher entre os muitos Yôgas</strong><br /><br />Pode-se escolher que tipo de Yôga se prefere. Há tantos! De várias linhas, enquadrados por várias tradições culturais, dentro das várias religiões e fora de todas elas, e em quase todos os lugares do mundo. Os métodos também são múltiplos e bem distintos. E ainda se pode optar (ou por falta de opção…) por praticar algo não sistematizado. Há muitos Mestres e escolas e até variadas denominações: Yôga, Yoga, ioga. Até está na moda desenvolver metodos de Yôga , sem lhe dar nome de Yôga, ora para escapar a preconceitos e paradigmas, ora para “descobrir de novo a polvora” e reinventar a roda!<br /><br /><strong>Liberdade dentro de cada Yôga, e dentro do SwáSthya em particular</strong><br /><br />Dentro de cada estilo e método é comum haver infinitas variantes para se encaixarem quase todas as vontades.<br /><br />Veja-se o caso do Swásthya Yôga, aquele que escolhi e melhor conheço.<br /><br />Pode-se praticar sozinho apenas apoiado em material didáctico (livros, DvD´s, Cd`s, vídeos, etc). Há quem pratique em ginásios, afins, escolas variadas, faculdades, etc., tudo com instrutores diversos, o que desde logo torna quase tudo diferenciado. Vários vão-se apoiando em cursos esporádicos de aprofundamento e especialização. Alguns valorizam a filosofia de vida outros nem por isso. Outros optaram por escolher alguma escola recomendadada pela Uni-Yôga, e são muitas e todas elas diferentes: diferentes alunos, instrutores e directores, espaços, etc. (muito embora procurem identidade comum em vários aspectos operacionais). Ou seja, mesmo só dentro do leque das escolas recomendadas pela Uni-Yôga também há muitas opções.<br /><br /><strong>Liberdade de evolução</strong><br /><br />Os practicantes são livres de se aplicarem na medida que quiserem e evoluírem nessa mesma medida. Só galgam graus de aluno se e na medida que querem, e só passam a instrutores se o desejam (e merecem obviamente!). Até existe a possibilidade de nem praticar Yôga se chegarem à conclusão que afinal não era isso que queriam e já ficam satisfeitos com Bio-ex, que não é filosofia e não tem compromisso algum. Há ainda a possibilidade de regredir e dar passos atrás, caso a evolução tenha sido demasiado rápida ou um engano (voluntário).<br /><br /><strong>Um método completo e individualizado<br /></strong><br />O Método DeRose de Yôga Avançado é muito completo e flexível. Permite explorar quase todos os recursos técnicos que existem no Yôga. E, embora tudo esteja perfeitamente sistematizado, a estrutura da prática é tão flexível que cada um pode evoluir na prática consoante os seus gostos e necessidades.<br /><br /><strong>Liberdade na relação Mestre - discípulo</strong><br /><br />Caso o praticante decida voluntariamente estudar e praticar mais, e queira aprofundar a sua evolução nesta filosofia de vida, encaminhando-se para ser instrutor (consoante regras claras e pré-estabelecidas) acaba por naturalmente se estabelecer a relação entre si, o discípulo, e o seu Mestre. E também aqui se mantém a liberdade plena.<br /><br /><strong>A relação entre Mestre e discípulo é pautada por esse valor supremo: a liberdade.<br /><br /></strong>Primeiro: Mestre é um profissional. Um especialista que conhece profundamente uma arte ou técnica, o bastante para instruir e/ou supervisionar outros especialistas. Alguém a quem se reconhece competência para nos orientar. E essa orientação é essencialmente inspiração. É a identificação que nos faz escolher esse Mestre. Dessa identificação de fins e meios nasce a União de um discípulo com o seu Mestre e vice-versa. Identificação quanto aos fins (Liberdade, Sámadhi, divulgação e dignificação do Yôga, defesa dos seus praticantes e profissionais, etc) e quanto aos meios (métodos: de Yôga, didácticos, profissionais, políticos, etc).<br /><br />Segundo: é o discipulo que escolhe o Mestre. A iniciativa e decisão é sua. E só existe vinculo se, porque, na medida e enquanto as duas partes querem! Mais livre que isto não existe.<br /><br />Ou seja…<br /><br />Ninguém pode obrigar alguém a ser seu discípulo ou seu Mestre. Ninguém pode impedir ninguém de deixar de ser discípulo ou deixar de ser Mestre. O discípulo não pode obrigar o Mestre a ser como lhe vai dando mais jeito, nem o Mestre pode obrigar o discípulo a seguir seja o que for. Esta regra é básica e fundamental. Não há poder coercivo. Não há coação, logo cada um decide por si e para si, em cada momento. O poder é total de ambas as partes. É impossível uma parte obrigar a outra seja ao que for.<br /><br />Se a certa altura um discípulo decide que não quer continuar a sê-lo, por qualquer motivo (qualquer um é licito e suficiente), simplesmente deixa de o ser. Se quiser afasta-se, o que acaba por acontecer naturalmente. Caso alguém teime em estar junto mas contra tudo e todos, tentando condicionar os outros e o Mestre, persistindo em pertencer a algo que não gosta e não quer (!?!), ainda assim, não há sanção a aplicar! O mais que pode acontecer a um “chato” é o Mestre exercer a sua liberdade (alguns esquecem-se que a outra parte também tem a sua liberadde) de não querer ser mais seu Mestre! Para quê, se está contra o que ele recomenda?! Pode acontecer que o Mestre e os colegas não queiram trabalhar mais com o que está contra eles, o que é legítimo e natural. Se a pessoa não exerce a sua liberdade de sair, os outros exercem a sua liberdade de o afastarem. É simples. Básico. Comum. Igual a outras áreas e situações da vida. É assim em qualquer grupo de trabalho, seja numa instituição religiosa, desportiva, recreativa, filosófica ou com fins meramente lucrativos. Se eu não gostar e não quiser, saio. Se não sair mas continuar do contra, afastam-me. Aliás, não há sanção mesmo quando as saídas sabem a ingratidão e até a traição. Ás vezes custa mas é assim mesmo. Depois passa.<br /><br /><strong>Liberdade Institucional</strong><br /><br />Uma coisa que as pessoas às vezes não percebem são as questões institucionais, que no Yôga são exactamente iguais às outras áreas da vida. Aliás, o Yôga e os Yôgins são parte integrante da vida, não de um alienado mundo de sonhos e fábulas!<br /><br />Na vida social a liberdade de uns acaba onde começa a dos outros. Há regras de conduta (jurídicas, éticas, morais, etc.), que impõem limites e restrições. Estabelecem uma ordem, hierarquias, etc. É assim em qualquer comunidade, humana, animal, ou vegetal. É assim nos governos, nas empresas, nas instituições desportivas e religiosas. É assim entre mendigos (incluindo as comunidades de Sádhus –os “homens santos” renunciantes da Índia), e entre mafiosos. É assim no interior das prisões e cá fora. Na “paz” e na guerra. Nas estradas, num pico de surf ou numa pista de dança. Até entre familiares, amigos, parceiros afectivos e sexuais! E, como é óbvio, também numa instituição filosófica.<br /><br />No caso, a Uni-Yôga faz parte do mundo. Se alguém está há espera de um milagre ou de uma fábula cor-de-rosa talvez seja melhor procurar noutro local. Se quer realidade, em dose expandida e hiper consciente, então este é um bom local para se aprofundar.<br /><br />Temos sempre presente o seguinte sútra: “A liberdade é o nosso bem mais precioso. No caso de ter de confrontá-la com a disciplina, se esta violentar aquela, opte pela liberdade.”<br /><br /><strong>Regra básica de segurança</strong><br /><br />Esta é a regra básica de segurança, não só para o Yôga, mas para qualquer coisa na vida: Se eu quiser sair, ou deixar de fazer, ou de ser parte de algo, posso? Imediatamente e sem qualquer dificuldade? Se sim o que estamos a fazer é seguro. Não estamos presos. Podemos mudar e ir para outro sítio fazer outra coisa, de outras maneiras, com outras pessoas. Isso é Liberdade. A liberdade neste caso assegura-se pela negativa, por não ser obrigado a algo (pelo grupo, pelo Estado, pela família, pelos amigos…pelas tendências e impulsos subconscientes da própria personalidade!). Os grupos são tanto mais seguros quanto mais difícil é entrar neles e mais fácil é sair. Considero que a Uni-Yôga é seguríssima. É restritiva nas entradas. Bastante exigente para quem quiser estar plenamente integrado. E para sair basta querer!<br /><br /><strong>Somos normais!<br /></strong><br />Seguro não é o mesmo que “perfeito”. Perfeição é difícil, mesmo que tentemos constantemente alcançá-la! Somos pessoas normais. Complexas, paradoxais e contraditórias, tal como qualquer outra. Erramos como os outros. Basta ser humano e já estamos a errar. Um grupo de humanos errana proporção exagerada do seu tamanho. E aprendemos tanto com os erros como com os acertos. É tentativa e erro. Somos parte da vida, e nela nos integramos, com ela somos unos. Não somos seres extraterrestres, ou anjos. Nem temos pretensões a isso. Pelo menos eu. Somos apenas e só pessoas normais, nem melhores nem piores que quaisquer outros. Cada um tem as sua características que são qualidades e/ou defeitos consoante os pontos de vista relativos. E também não desenvolvemos complexo de culpa por não sermos perfeitos.<br /><br />De qualquer forma, tenho notado que a Uni-Yôga e o DeRose são muito mais tolerantes com as “incorreções” dos seus membros e discipulos, do que estes (e sobretudo os ex- membros e discipulos) o são com as “imperfeições” da Uni-Yôga e do DeRose…<br /><br /><strong>Pessoas lúcidas…</strong><br /><br />É bom relembrar que não trabalhamos nem com crianças nem com a primeira fase da adolescência, nem com doentes. Os muito jovens são muito instáveis, inexperientes e influenciáveis. Os doentes estão fragilizados e predispostos a aceitar tudo o que se anuncie como salvação! Não se encontram tão lúcidos e esse não é o nosso trabalho. Damos preferência à faixa etária entre os 18 e os 50 anos, estando a maioria dos praticantes entre os 23 e os 40. Consideramos essa a faixa etária, em geral, mais lúcida, criativa, saudável e forte. Estão bem e não estando necessitados são menos manipuláveis. Já tem alguma experiência de vida (estudos, trabalho, relacionamentos afectivos, etc.) mas ainda têm força, ambição e coragem para criar e construir. É gente com Poder. Consciente e responsável pelas escolhas que faz. Também não proibimos ninguém de praticar. Nem poderíamos! A idade é mais uma referência, que situa mais a evolução biológica do que cronológica. Quantos cinquentões não são jovens de corpo e espírito, e quantos adolescentes não estão já derrotados?<br /><br /><strong>Transparência e criticos<br /></strong><br />Alguns dos nossos maiores críticos também pertencem a essa faixa mais lúcida, e contribuem para o nosso aperfeiçoamento e crescimento com as suas diferenças e boas críticas. Obrigado!(mesmo sabendo que a esmagadora maioria são pura e simplesmente mal intencionadas)<br />O Yôga está em alta. E a Uni-Yôga há já muitos anos que se destaca no panorama do Yôga. E alguém que faz acontecer e se destaca é conhecido e criticado. Nunca é possivel agradar a todos. Nem sequer a maiorias…<br /><br />O nosso trabalho é o mais conhecido e discutido. Todos têm o pleno direito de emitir as suas opiniões, e para muitos parece ser mais fácil tentar destruir o que não gostam do que construir o que lhes agrada. Até porque a alguns nem sequer sabem o que querem! Faz partre da vida. Somos a mais “vigiada” escola de Yôga. Vigiada, perseguida, difamada, injuriada. Ás vezes até parece que os nossos críticos estão mais atentos e interessados ao que fazemos do que nós próprios! É mesmo assim. Somos uma instituição aberta, sem secretismos. Confesso que ás vezes não conseguimos evitar reagir ficando na defensiva, pois qualquer coisa que façamos está condenada a ser “convenientemente” interpretada pelos nossos concorrentes, adversários, inimigos declarados ou simples maldicentes. E ainda há uma enorme legião de leigos e terceiros (desde empresas meramente comerciais, passando por outras ordens profissionais, outras instituições filosóficas supostamente afins, etc.) interessados no mundo do Yôga, sempre dispostos a fazer a sua pressão ou pelo menos mandar o seu palpite. Cada tem as suas sentenças. Generalizações (sempre perniciosas) e julgamentos sumários são o que mais abunda. Fofoca no mundo do Yôga existe como em qualquer outro. É o preço do exito. Do Yôga em geral e do SwáSthya em particular. Para uns somos quase deuses, postos num imerecido pedestal, para outros autênticos diabinhos! Às vezes dá vontade de rir outras quase dá vontade de chorar.<br />No geral tudo isso é muito bom. Muitas vezes cansa e chateia. Mas também nos estimula a melhorar, a lutar pelo que queremos, obviamente comprometidos, mas lúcidos, sempre com direito a contraditório garantido!<br /><br />Em geral temos mais e melhor que fazer do que viver segundo as opiniões e exigencias dos outros, como por exemplo: trabalhar a fazer o que gostamos, queremos e necessitamos, pela positiva, tendo a nós mesmos como primeira e principal referência.<br /><br /><strong>Anti -manipulação</strong><br /><br />Além tudo isto não prometemos nada. Nem benefícios, nem efeitos, nem sequer “evolução espiritual”. Não temos nada contra o comércio, mas não cedemos ao tipo de mercantilismo deturpador do Yôga, que o vende conforme as modas e apetites do mercado, e assim o desvaloriza e lhe tira dignidade. Para nós filosofia não é algo menor. É o fim em si mesmo. Só Yôga e como filosofia. E de tendência meramente técnica, despida de rituais e linguagem românticos e charmosos. É sabido desde o início que esta filosofia “mexe” como o ego, para (r)educá-lo e trasncendê-lo. Ninguém se iluda. Não é fácil. É tudo bem claro. Quem quer quer! Quem não quer não perde tempo e dinheiro! E se decide aí gastar os seus recursos é porque o deseja e escolhe livremente.<br /><br /><strong>Liberdades cívicas<br /></strong><br />Como é óbvio as nossas liberdades cívicas são imaculadas. O Yôga, para nós, estimula a interessar-nos pelo mundo, a agir e a contribuir para a história. Com o Yôga tendemos a ficar mais enérgicos e lúcidos, e isso aplica-se a tudo o que circunda a filosofia. Mas institucionalmente não há posições ou interferências políticas ou religiosas. Não faço a mínima ideia de qual a religião que os meus colegas e alunos seguem, ou se seguem alguma. E jamais alguém perguntou a minha. Também não se discute política (especialmente partidária) nas nossas escolas, sendo cada um livre e responsável pelas suas escolhas e acções (ou omissões!) nesta área. Acho que uns serão pró e outros contra a globalização. Uns ecologistas empenhados outros nem tanto. Uns fazem surf na água outros preferem a WWW. Alguns seguem o futebol, outros novelas, outros serão anti-sistema... Enfim. Cada um é como é. Cidadãos como os outros. Só fazemos algumas restrições quanto ao consumo de drogas. Não só porque isso é uma questão importante na (nossa) prática, mas também por respeito ás leis. Ainda assim, quem decide deixar de consumir drogas, por exemplo, fá-lo, não por ser obrigado (ninguém é obrigado a nada), por conscientização. Por reconhecer inteligência e vantagens nessa opção.<br /><br /><strong>Tendências radicais</strong><br /><br />Quando as pessoas levam tudo bastante a sério, com entusiasmo e entrega podem ficar ofuscadas com aquilo que estão a fazer. É um risco que se corre no Yôga como em qualquer outra coisa ou lugar. Isso até costuma estar associado à maioria dos casos de sucesso, e em certo grau é positivo. É fruto da concentração. A concentração implica abstracção. Se não for feito com cuidado e lucidez esse processo torna-se alienante, e isso já é mau. Acontece a quase todos em determinados momentos e circunstâncias, mas acaba por ser pior para os que têm personalidades extremistas e desequilibradas. Pessoas do 8 ou 80, que ora são totalmente pró ora são totalmente contra a mesma coisa, que se deixam enredar em relações de amor e ódio. Instáveis. Pessoas que criam fanatismos e conflitos, com os outros e consigo próprios. Acho que o Yôga é mais indicado para pessoas que à partida já são mais equilibradas. Pelo menos o nosso.<br /><br /><strong>Liberdade na realização pessoal e profissional<br /></strong><br />Profissionalmente um instrutor tem uma grande margem de liberdade para se realizar dentro do SwáSthya Yôga.<br /><br />O curso, como qualquer outro, envolve uma base de conhecimentos e experiências comum para todos. A partir daí há uma infinidade de opções para os instrutores se realizarem profissionalmente.<br /><br />Podemos trabalhar em qualquer parte do mundo que queiramos. Podemos aproveitar o privilégio e as vantagens de trabalharmos coordenados e cooperantes em rede (Tantra), ou fazer um trabalho mais autónomo. Podemos ser escritores, gestores, coreógrafos, ministrantes de aulas e cursos. Também há para fazer um trabalho mais institucional, e outro mais comercial. Ou um pouco de tudo isso, e ainda mais vertentes que a nossa profissão abarca e aproveita no processo de autoconhecimento e realização pessoal. Estamos em constante contacto com pessoas jovens e lúcidas. Pessoas activas, empreendedoras, criativas e cultas que se interessam por filosofia.<br /><br />Enfim! O SwáSthya é um oceano imenso de diversas possibilidades. E o Yôga em geral ainda mais.<br /><br />Espero que esta explanação possa ser útil a mais alguém, pois para mim fazê-la já foi construtivo.<br /><br /><em>António Matos<br /></em></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-8721644705660668952007-05-01T07:40:00.000-07:002009-02-09T10:25:21.779-08:00Índia: uma invenção moderna<div align="justify"><span style="font-size:85%;">Na mente romantica do ocidental, condescendente porque ainda tem rasgos do paternalismo colonial, ou simplesmente por ser ultra idealista, os indianos sempre foram um povo muito gentil que aceitaram e integraram as mais diversas culturas que chegaram à “sua” Índia...Ora, eles não são assim tão bonzinhos e tolerantes.<br /><br />De facto, continuam a absorver muito de outras culturas, como sempre.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><strong>A “Índia” é uma invenção moderna</strong>, e ate ocidental, que os próprios indianos estão a tentar assimilar, tentando com grande ímpeto e dificuldade criar uma identidade indiana. Antes de meados do século xx nem existia formalmente tal nação, e ainda agora é dificil manter aqueles ex reinos todos, com a sua hiperdiversidade cultural, juntos e em sã convivência. Tanto que há partes constantemente a lutar por autonomia e independência. O mais engraçado é que muitos indianos abraçaram o <strong>nacionalismo</strong> com grande impeto, e esse nacionalismo indiano afirma-se primeiramente contra ocidente, contra a Europa, contra os britânicos... Esquecem-se é que <strong>o próprio “ismo” nacionalismo é algo tipicamente europeu</strong>. O nacionalismo foi a grande religião europeia do seculo xix e básicamente implodiu com as duas grandes guerras mundiais no seculo xx. Os indianos (e pakistaneses, cidadãos do bangladesh, etc) ainda estão a reviver os ismos ocidentais do passado. <strong>O neo-nacionalismo é tipico de países jovens e multiculturais, que precisam de unir-se e entender-se a si mesmos. Os neo-nacionalismos sao todos parecidos, com a falta de identidade a tentar afirmar a sua perfeita ideaçao.</strong> É isso que os indianos, nomeadamente os politicos e intlectuais, estao a tentar fazer: (re)inventar uma identidade para si mesmos. Claro que os mais interessados nesse nacionalismo sao essencialmente os politicos e outros líderes, nomeadamente os “líderes espirituais”, todos sedentos de poder, que seduzem e manipulam as grandes massas com os seus discursos populistas. Na índia é assim ainda mais do que no ocidente porque o nível cultural é ainda mais baixo, e porque an Índia, tal como na Europa até há poucas decadas, os líderes espirituais lidam com o seu poder politico sem falsos pudores e colobaram com os politicos própriamente ditos.<br /><br />Qual foi o grande designio da Índia pós independencia? Modernizaçao via implementaçao de industrias pesadas. <strong>“As fabricas sao os novos templos”</strong> dizia Nerhu, o pai da nova democracia, de tendências ateias e anti religiosas, essencialmente um socialista. Não é de espantar, pois quase todos os principais actores que promoveram e impulsionaram os movimentos nacionalistas da Índia (e do Pakistan, etc), foram educados no ocidente sob modelos ocidentais, nomeadamente na Grã-Bretanha e suas ex-colonias imperiais.<br /><br />Qual é a capital da Índia? R: Nova Delhi. Sim, a nova, a construida pelos britanicos, a que ele fizeram capital dessa parte seu imperio. Qual é a obcessao nacional numero um da Índia? R: O cricket! Os hindus sao todos vegetarianos e abestémios? R: não. A maioria come frango e bebe cerveja, e outras “iguarias” mais espirituosas que espirituais! Quais as empresas em mais rápido crescimento na Índia? R: MacDonald's e afins. Qual é a grande aspiraçao de um jovem indiano actual? R: Ser estrela de cinema ou TV. Qual a música preferida da juventude? R: Hip Hop e outros pops afins. Qual a roupa que mais se veste, saris e pijamas? R: Levis e D&G. Tudo do mais familiar...</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">A Índia moderna tem recalques, sentimentos reacionários anti colonialistas, anti-europeistas, mas no entanto a Europa continua a fasciná-la e influênciá-la no essencial. Por exemplo: o <strong>dinheiro</strong> é cada vez mais o factor predominante na hierarquia social, e não já a <strong>casta</strong>, seguindo assim o modelo de classes sociais do ocidental. Outro exemplo: <strong>a lingua franca é o inglês</strong>, e não o hindi ou qualquer outra linguagem, e desde logo não o sânscrito que há muitos séculos já só interessava a uns poucos brahmanes, e principalmente para deterem poder religioso e executar rituais. Tal qual a igreja católica ainda há poucas décadas ainda realizava a sua missa em latim. Os indianos voltaram a valorizar parte da cultura antiga, nomeadamente os textos vêdico-brahmânicos só depois que os europeus os traduziram e começaram a interessar-se por eles. Caso mais explícito: o Bhagavad–Gíta que após a transliteraçao e tradução do sânscrito para o inglês, e deste para o hindi, passou a ser extremamente popular. Quem fez essa primeira traduçao? Não foi um hindu... O próprio yôga só voltou a ser popular e socialmente relevante (na realidade continua a ser uma parte da cultura marginal que interessa a pouquissimos indianos) à medida que mais e mais ocidentais o requisitaram e rumaram a oriente levando os bolsos cheios de doláres e os depositavamos com veneraçao e submissao aos pés dos gurus. Agora há milhares de gurus, todos prontos a oferecer-lhe yôga <em>prêt-a-portê</em>! <strong>O sistema de ensino tradicional, a tradição oral de mestre-a-discipulo reunidos e pequenas familias, seitas e ashrams, está a ser definitivamente substituido pelo modelo ocidental resultante da revolução industrial: a educação de massas.</strong> A Índia vagueia por entre a tentativa de manter um regime democrático (também um modelo europeu) e pela inveja da China com o seu modelo bem sucedido de comunismo capitalista (otros modelos economicos europeus). Na prática a Índia tem tido, após a <strong>independência (cedida</strong>, e não conquistada como muitos gostam de imaginar), uma politica de Estado centralista (e dominada semi-ditadurialmente por castas familiares) que tentou reformar o país sob modelos essencialmente europeus.<br /><br />De repente establecem-se sinapses na minha cabeça e vejo que há um país que faz lembrar muito a Índia: o Brasil! Duas grandes potencias a despontar e a mostrar que um pouco de caos potencia o florescimento de Vida. Duvido que os brasileiros ou indianos concordassem... Hoje a Índia, tal como o Brasil, é uma potencia nuclear emergente muito as custas do liberalismo selvagem resultante da inoperancia do Estado e de muitos milhoes de miserávéis que garantem mao de obra barata disponivel que as classes médias e altas crescentes poem a render. Brasil e Índia sao muito parecidos em muita coisa. A Índia ainda com muito mais pobreza, o Brasil com mais violência. Se é que a miséria não é a maior de todas as violências.<br /><br />A Índia também se afirma por reacção ao Pakistan e ao seu islamismo nacionalista e radical, apesar de a Índia ser um dos principais países islamicos do mundo, com muitos de milhoes de muçulmanos. Aliás, o periodo de maior esplendor económico, artistico e arquitéctónico da Índia foi o periodo mongol, islamico, quando a Índia era o verdadeiro centro militar, económico e cultural do mundo. Não nos deixemos enganar pelo facto do actual primeiro ministro não ser hindu, e ter sido designado e controlado pelo partido do Congresso (por genetica, nacionalista e hindu). Mais que real tolerancia é mera conveniencia. A figura mais popular e forte do partido do Congresso não era facilmente tragavel porque é italiana de nascença, entao fica na sombra a controlar e manter o poder da familia de sobrenome Gandhi (nada a ver com O Gandhi) e colocou a frente um senhor de low profile mas com boa fama no que a finanças e economia diz respeito. Deu certo. O que os indianos mais querem, tal como qualquer europeu ou chinês, é que a economia funcione bem, querem crescer económicamente, ganhar mais dinheiro. Aliás, depois dos chineses, poucos povos terao um faro tao apurado para os negócios e tanto apetite pelo dinheiro. Conheço um indiano que dizia “<strong>money is honey</strong>”. E a sua famosa “espiritualidade” vive perfeitamente bem com isso, sendo absolutamente comum adorar Ganesha para obter boa sorte, Parvatí para prosperidade, e Durga para poder! Só os ocidentais, com as necessidades básicas há muito superadas até em excesso, e por isso totalmente idealistas (ou simplesmente perdidos) é que vao à Índia procurando deixar para trás o materialismo e em busca de “espiritualidade pura”, seja lá o que isso for... </span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">E sobre a “tolerancia”religiosa o que se pode dizer é isto: é um vulcao que de vez em quando entra em violenta actividade, quando algum líder ou comunidade vê nisso oportunidade de fazer prevalecer os seus interesses na busca de poder. Mas no geral dao-se todos mais ou menos bem, e nisso o dinheiro é muito mais relevante que as mil e uma religiosidades que co-habitam. Tal como nos EUA também é muito mais improtante o $ que a etnia, e lá por isso não vamos ignorar que nesse país há um problema racial...</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">Na sua afirmação nacionalista, nessa tentativa de forjar uma identidade indiana, os indianos andam muito atarefados a tentar reconstruir o seu passado, procurando (e encontrando, pois quem procura encontra) as raízes daquilo que seria a sua cultura milenar, o tal de santana dharma, que os estrangeiros deternimaram chamar genericamente de hinduísmo. Acontece que aquilo que agora chamamos Índia pode ter algumas raízes muito antigas, mas não é bem só uma (e unida) grande arvore (cultural). Na realidade é uma floresta cheia de muitas e diferentes arvores, cada uma com as suas raízes misturadas com as demais, cada uma com multiplos ramos, frutos, sementes. Por vezes enxertam-se umas nas outras, outras vivem simbióticamente, ou como parasitas, e na maioria dos casos simplesmente competem entre si. Numa floresta destas, miscegenada há milénios, não faz sentido declarar que uma qualquer arvore é mais “autentica”, mais “verdadeira”, mais “original”! Uma figueira com 1000 anos é mais autentica que uma de 100? Ambas sao mais verdaeiras que uma oliveira de 500? Ou mais originais que um laranjal de 10? Discussoes sobre o que é mais “autentico” e “verdadeiro” nas culturas da Índia sao pura demência, até porque <strong>na Índia o antigo está perfeitamente mezclado com o moderno, e não se sabe onde começa uma coisa e acaba a outra. A Índia, como a Vida, é eterna no momento, agora, na sua regeneraçao permanente. No aqui e agora a Índia é autentica e verdaeira.</strong> No passado encontram-se alguns fosséis. E claro que muitos historiadores vêm mais Vida nos fosséis que na sua própria Vida cotidiana. E a História, esse presente a retro-imaginar-se, é sempre aproveitada por academicos, politicos, e todo tipo de idealistas manipuladores, para reinventar o presente segundo as suas ideias e desejos. Isso vê-se actualmente na Índia, a re-escrever o seu passado para unir um país. Mas enquanto a globalizaçao e seus movimentos não reduzem tudo 0 (em breve o mundo vai ser como “o” Hinduísmo, “uma” confusao), o que mais caracteriza a cultura hindu, é a hiperdiversidade, é a efemeridade, fusao, reaçao, regeneraçao continua. <strong>Permanente reinvençao</strong> devida a tradiçoes orais pouco fiávéis, por influências de todos os povos que foram invadindo e influênciando pacificamente, militarmente, comercialmente, culturalmente, etc., pelos multiplos movimentos de renovaçao, reaçao e restauraçao “internos”, assim como, agora, pela reinvençao através da economia e cultura global. Tudo isso misturado esculpiu essa (con)fusao que carateriza o dito Hinduísmo. A “cultura hindu” (ainda) é a mais diversificada, plural e contraditória que existe. E essas influências tão dispares são o que mais carateriza o dito <strong>Hinduísmo</strong>, que na sua <strong>hiperdiversidade</strong> é <strong>indefinivel</strong> e <strong>inapropriável</strong>, até por indianos! Essa é a sua maior riqueza e fortaleza, a diversidade, nao uma pseudo "autenticidade", ou suposta “originalidade” e unidade. Querer achar um "verdadeiro hinduismo" é uma pretensao, e um reducionismo. <strong>Pensemos em multiplos, não em “um”.</strong> Num vai sendo, não num é (obtuso). A própria <strong>palavra "Hinduísmo"</strong> <strong>é um estrangeirismo</strong>, que foi usado primeiro pelos antigos persas, creio. Mais recentemente os ingleses usaram-no como termo genérico para designar aqueles que nao eram muçulmanos ou sikhs. <strong>"Hinduísmo" é uma... nao coisa! É mais uma marca que os europeus deixaram na Índia.</strong> E essa nao coisa contém mil e uma coisas diferentes. Tantas que os ingleses nem se deram ao trabalho de as nomear. Quando alguém se diz hindu isso, por si só, nao quer dizer quase nada. Diz ainda muito menos que alguém dizer-se “cristao”. É como dizer que sou Europeu, ou ocidental. Quanto é que “ser ocidental” diria sobre mim? Quando oiço um ocidental a dizer que se converteu a "hindu" fico a pensar o que raios ele acha que isso é. Será que um indiano diria que passou a ser "ocidental"? Será que está a dizer que não é Sikh ou muçulmano? É "hindu" o quê? Quando oiço esse tipo de coisa em geral nem digo nada, ou digo que “sim sim” (como os indianos, a abanar a cabeça para o lado). É só rir...</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">Mas é esta a visao que os nacionalistas hindus têm de si mesmos? E a visao da maioria dos ocidentais acerca da Índia?Para um nacionalista indiano hindu, um dos orgulhoso, o que é de louvar é encontrar “provas cientificas” que demonstrem que a sua genética e cultura são “suas” desde há milénios. Que muitos antes de britanicos, portugueses, árabes, mongóis, hunos, gregos, arianos (se é que realmente existiram os ditos arianos) e todos os demais, já existia uma grande civilização muito avançada, com os valores da sua cultura “eterna”, muito avançada...blá, blá, blá... Aliás, outra expressão cultural tipicamente europeia que os indianos ainda estão a assimilar é a divisão epistolomógica dos saberes entre ciência x religião x filosofia x arte. É uma divisão típica da Europa moderna, dos seculos xviii a xix, que surgiu aqui por motivos especificos, mas que os europeus exportaram tão bem com o seu dominio militar-comercial. E os indianos continuam a absorver cultura europeia, que utilizam para...tentar renegá-la! Rsrsrsrrs.<br /><br />Claro que para um indiano nacionalista, activista do orgulho indiano-hindu (de que <strong>o Gandhi, um filho cultural do ocidente</strong>, foi um dos impulsionadores populares) tudo isto é insultuoso e inaceitável. Claro que para alguns ocidentais, hippies, idealistas e amantes da Índia, ainda “mais papistas que o papa”, naquela miséria e confusao toda só vêm maravilhas. A mais básica e abjecta crendice e misticismo é profunda espiritualidade, as castas discriminativas sao tradiçao e “organizaçao social indispensacel”, a miséria é pureza e simplicidade, a sujidade é autenticidade, e água do Ganges é limpa e sagrada! E babam-se também...<br /><br />Uma vez tentei falar com um desses alienados ocidentais acerca do gravissimo problema de sida que afecta o país, e ele rematou logo a questao com “esses veneno que os ocidentais inventaram”. Pois... Também deve ser veneno ocidental a pratica ainda existente de amputar crianças para estas renderem mais dinheiro como pedintes... Cada um vê o que quer. Para mim é engraçado ver ocidentais a colaborar com os nacionalistas hindus, muitos deles radicais e anti-ocidente, no esforço por encontrar a suposta autenticidade e superioridade dessa cultura...<br /><br />Eu também sou fascinado pela Índia, e pelo hinduismo, ou seja, pelo <strong>caos</strong>. Gosto das suas culturas, ou pelo menos de alguns aspectos de parte delas. Estudo e até adopto algumas coisas. Como muitos outros desenvolvi um fascínio especial pelo que ali se passa, ou terá passado. Mas não me digo hindu! É bastante útil, senao mesmo absolutamente necessário, manter o discernimento, o sangue frio para olhar com ohos de ver, e não olhos submetidos ao desejo que faz tantos ocidentais ver a Índia pela estreiteza de um canudo, o canudo do idelismo e ambiçao.<br /><br />E diga-se de passagem que <strong>humanidade é humanidade em todo lado</strong>. Aliás, isso nota-se particularmente bem na Índia. <strong>Nao somos assim tao diferentes a nível de cultura</strong>. E sobretudo nao somos assim tao separados. Há uma permuta continua, antiga e moderna. Somos Índia, e a Índia é ocidental também. <strong>Foi na, da e para a Índia que começou aquilo que hoje se chama globalizaçao</strong>. E o que é moderno e ocidental, só por sê-lo, nao é nem melhor nem pior do que supostamente é antigo e oriental. Gosto muito da Índia, mas é bom ser “ocidental” no aqui e agora.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-7136576359661197762006-10-07T10:39:00.000-07:002008-05-14T06:56:27.273-07:00O meu maior sonho é...<div align="justify"><strong><span style="color: rgb(255, 153, 0);font-size:130%;" >Miss Yôga<br /></span></strong><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Felicidade, liberdades, poderes, etc. são iscos! <strong>Marketing espiritual</strong>, que as escolas, professores e sobretudo <strong>os próprios praticantes dão a si mesmos</strong> e uns aos outros. Porque “o sonho comanda a vida”! É preciso acreditar…<br /><br />É muito útil um mundo paralelo, feito de “paz” e harmonia, que nos salve deste mundo que não é mais que uma luta constante. É agradável crer que há por aí um paraíso artificial qualquer, para nos empolgar-mos, envolver-mos e entregar-mos a algo, ou alguém. No Yôga como em outra coisa qualquer da Vida.<br /><br />Entretanto, o Yôga pouco mais tem que auto-conhecimento para dar. Como a Vida só tem Vida para dar.<br /><br />Não garanto, nem sequer sugiro, que a Vida e o conhecimento dela seja “libertador”, ou que proporcione felicidade. Nem sequer que resolva problema algum…se é que há alguma coisa a resolver!<br /><br />Mas se na vida existem esses sonhos e tantas vezes se opta por tomar essas <strong>pílulas douradas é porque elas são úteis. Necessárias, diria eu</strong>. Tomemo-las, portanto. Afinal, tomamos tantas outras que nem prateadas são!<br /><br />Vamos ser felizes! Ananda! Ananda para mim, para ti, e para o mundo inteiro. O meu maior sonho é realizar a paz no mundo. CHUAK, CHUAK.<br /><br />P.S. E ser eleita Miss Yôga 2006<br /></span> </div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-56215366025805094292006-09-15T06:30:00.000-07:002007-05-01T05:23:47.181-07:00A lei do $$$!<div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ff6600;"><strong>Yôga e $$$</strong></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#3366ff;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#3366ff;">Enquanto pelas lusófonias (ou seria lusofobias!?) continuamos submergidos <strong>na nossa pequenez, feita de idealismos utópicos, sentimentos de culpa e complexos de inferioridade</strong>, nos E.U.A, como sempre, estão a construir os padrões culturais que nos vão reger nos próximos tempos! Por aqui dizemos mal uns dos outros, damos tiros nos próprios pés, e tentamos deitar abaixo aqueles que fazem e constroem de facto algo. Se alguém se move e faz é criticado, perseguido, difamado etc.<br /><br />Movimentos políticos, institucionais, e, em geral, organizacionais de qualquer tipo, são demonizados e combatidos em discursos que misturam preconceitos contra o dinheiro, medos de poderes alheios, idealismos de espontaneidade e autonomias individuais, etc. Nos E.U.A. onde tendem a ser mais práticos e concretizadores, estão a surgir cada vez mais coisas tipo: <strong>Yôga Works</strong>.<br /><br />Não é a única nem a primeira cadeia de escolas em rápido crescimento nas terras do tio Sam…<br /><br />Dois empresários praticantes de Yôga resolveram <strong>investir neste negócio que é cada vez mais de milhões!</strong> Perceberam que muitas (nos E.U.A são mesmo muitas!) escolas eram mal geridas por professores muito idealistas, com muito amor e dedicação ao Yôga, mas com pouca competência e capacidade na área da gestão. Professores desgastados de muito trabalho, pouco tempo para o Yôga e ainda menos dinheiro. E eles começaram a comprar essas escolas e a pô-las a render. Nem sequer é um franschising! Simplesmente vão comprando escolas e sob a designação de Yôga Works melhoram as condições, contratam empregados (leia-se professores de Yôga), tudo com acompanhamento profissional de advogados e outros burocratas que previnem e solucionam toda a parte legal, burócratica, económico-finaceira, contabilística ou de obras, por exemplo. Não têm (ainda) um marketing nem sistema de ensino muito uniformizado, mas alinham pelo mais básico, descomplicado e comercial, a que chamaria "Yôga prêt-á-porter"" ou "fast-Yôga": ásana, relaxamento, yoga para gravidas e crianças, e "saúde natural". Aproveitam as vantagens de um trabalho de rede e de maiores dimensões, e <strong>se o negócio não se rentabiliza rápido</strong> não hesitam em fechá-lo. Fazer camapanhas de preços baixos durante meses para desestabilizar e absorver o mercado também é viável e practicado. Estão a tentar introduzir o Yôga no plano nacional de saúde com cobertura financeira do estado. Paralelamente já exploram o negócio dos produtos “naturais” e estão a começar o da produção de têxteis e outras utilidades…negócios em grande! <strong>Negócios que visam única e exclusivamente o lucro</strong> e que já estão a chegar aqui à Europa e outras Américas. E isto é só o começo. Faz-me lembrar <strong><span style="color:#ff6600;">um antigo alerta do meu mestre</span>:</strong>" Eu já estou velho e não tenho o que me preocupar, mas vocês, os novos, se não se organizam e tornam mais competentes e capazes ainda vão ver os estado-unidenses a chegar aqui, passar o cheque e comprar o mercado...".<br /><br />Não tenho nada contra os outros serem (mais) competentes. Até servem de estímulo à evolução. Mas temo que esta massificação construída por leigos, com <strong>objectivo primeiro (e único) de lucro</strong> se vai expandir cada vez mais, ganhar cada vez mais espaço e importância num mundo do Yôga onde empresas tipo Nike e outras já ganham mais dinheiro (com o Yôga) que todos os professores de Yôga do mundo juntos! <strong>Questões éticas e filosóficas não ditam nada nesse contexto</strong>. E o Yôga como filosofia está a enterrar-se um pouco mais…</span><span style="font-size:85%;"></div><div align="justify"><br /><span style="color:#3366ff;"><strong>Prefiro um trabalho com Yôga mais virado para a filosofia</strong>, ou pelo menos que seja esse o móbil primeiro e último da actividade. <strong>Gostava que o mundo do Yôga tivesse (voltasse a ter) como intervenientes principais os Yôgins, os filósofos…mas tenho cada vez menos esperança.</strong></span></span><span style="font-size:85%;"></div><div align="justify"><br /><span style="color:#3366ff;">E para aqueles lusófonos que preferem gastar o seu tempo e energia a maldizer o trabalho daqueles outros lusófonos que até os defendem, esses que vivem invejando os tostões dos outros e que preferem sonhar com paraísos idílicos de autonomias individuais, etc, tenho um triste prognóstico: 51% deixarão oYôga falidos, cansados e desiludidos dos seus próprios preconceitos e ideais. Farão fora do Yôga tudo aquilo qu eeram contra dentro. E convictos; 10% venderão as suas escolas a uma dessas novas cadeias de Yoga “pret-à-portê”; 37% trabalharam como empregados numa delas, muitos desses absolutamente convertidos ás suas benesses; 1% será um bem sucedido empresário e terá a sua escola de sucesso onde reina e se deleita com o seu ego inflado (com grande probabilidade de ser um “guru” e a sua seita cheia de seguidores); 1% terá a sua própria escola autónoma, minúscula e quase invisível, onde se mata a trabalhar para não falir e cujo trabalho terá pouca expressão no mundo de milhões do Yôga. </span><span style="color:#3366ff;">Em qual das percentagens me inserirei eu?</span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-1154533907358946012006-08-02T08:41:00.000-07:002008-05-14T06:54:11.954-07:00Reflexões de um jñana yôgin<div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);font-size:85%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ></span><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >Samádhi ou sensações?</span></strong></span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);font-size:85%;" ><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" ><br /></span></strong>O Yôga faz parte da vida. E os Yôgins que o praticam também. Assim, não se pode esperar que seja diferente de qualquer outra actividade humana. Nomeadamente <strong>não podemos esperar que esta seja uma área imune ás expectativas, tendências e condicionalismos típicos do género humano</strong>.<br /><br />Aliás, o Yôga, com a sua antiguidade de mais de 5000 anos, milhões de Yôgins de todos os géneros pelo meio e muitas outros eventos por baixo, <strong>é um campo propício à procura e encontro de todo o tipo de coisas. Das coisas mais dispares e contraditórias! <span style="color: rgb(0, 0, 153);">E principalmente das mais comuns.<br /></span></strong><br />Não admira portanto que o praticante de Yôga se obceque na procura de coisas tão típicas como místicas. Por exemplo: escapes ás exigências da vida, idealismos de todos os tipos (felicidade, paz ou liberdades absolutas, por exemplo), procura de sensações, visões e conhecimentos secretos e extraordinários, poderes especiais, etc.<br /><br /><strong>Quando se fala de sámadhi a maioria espera tudo menos normalidade</strong>. Tudo menos a realidade “nua e crua”. A maioria espera e exige algo diferente, secreto, extraordinário, fantástico, que alivia… Algo muito profundo, muito “além”. Os imaginários mais típicos são compostos por visões, luzes, sons e tudo o que seja “esotérico” suficiente para ser difícil de explicar e partilhar. O valor da racionalidade não só é posto de lado como até se a diaboliza com veemência (principalmente no ocidente), e, por outro lado, o saber “interior” totalmente subjectivo e criativo, feito de imaginação, intuições e outros aspectos da consciência mais irracionais são enaltecidos com igual fervor. O que mais vale é o “sentir”. E se uma qualquer pílula é mais rápida e eficaz a proporcionar as sensações e visões que o praticante tanto deseja, então que se fod# a pratica! Qualquer xamanismo exótico à base de drogas que estimule a imaginação e as fantasias desejadas está muito mais “in”.<br /><br /><strong>A mim parece-me que o pessoal, mais que filosofia, quer é escapes e festa</strong>.<br /><br />E porque não? Por mim tudo bem…<br /><br />Eu <strong>conheci e concebo o Yôga como filosofia</strong>. E por isso gostei tanto. Porque sempre gostei de filosofia. E esta filosofia é extraordinária por valorizar e estimular <strong>não somente</strong> a racionalidade, mas todos os aspectos da consciência: intuição, emoções, o corpo etc. E através das práticas que estimulam todos esses veículos da consciência ilumina-se mais facilmente a resposta à pergunta básica de todas as filosofias: <strong>quem sou eu?</strong> E ás outras que se desdobram: de onde venho? para onde vou? que faço aqui?<br /><br />Yôga, meditação ou <strong>sámadhi é ter o (auto)conhecimento que responde a essas perguntas</strong>. E esse conhecimento pode ser adquirido e expressado de uma forma mais emocional, racional ou intuicional. Não importa se é sentir, pensar ou intuir. O que interessa é o conhecimento. <strong>E esse conhecimento não é necessariamente fantástico, ou sequer diferente. Muitas vezes até desilude!<br /></strong><br />Mas isso não entusiasma. Não seduz. Não vende!<br /><br />Eu sempre tive tendência para o jñana yôga, que vivêncio dentro e através do Método DeRose. E <strong>talvez por isso não encontre as tais sensações fulgurantes. <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Porque nunca as procurei. </span></strong>O que procuro é o auto conhecimento. De mim mesmo e da realidade. E esse conhecimento quase sempre se revela através da <strong>simplicidade</strong>. E é simplificador. <strong>Revela o aqui e agora sem ter de o transformar em outra coisa</strong>. Antes o torna mais claro, óbvio e evidente. Mas ainda assim, <strong>é só e apenas o aqui e agora</strong>!</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-1153833752110776392006-07-25T06:04:00.000-07:002008-05-14T06:53:23.720-07:00Eu sou...<div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);font-size:85%;" ><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >Meio ou fim?<br /></span></strong><br />Os dárshanas Hindus são <strong>meios</strong> ou <strong>fins</strong>? Os mestres de Yôga são meios ou fins? Uma escola de Yôga é um meio ou um fim? O Yôga é um meio ou um fim?<br /><br />Trabalhamos para o darshana, para o mestre, para a escola, ou utilizamos o darshana, o mestre e a escola? Encontramo-nos ou perdemo-nos neles? Seguimos e apoiamos outros e suas teorias ou utilizamo-los para nos auto-conhecer-mos e expressarmos?<br /><br />Quem faz surf fá-lo como um meio ou um fim? E o sexo? O prazer é um meio ou um fim? Somos escravos do desejo, ou utilizamos o desejo para alimentar a nossa vida?<br /><br />…<br /><br />Poderia estar aqui com infinitos exemplos. Poderia começar a tentar “separar as águas”, dizendo que uns são conscientes e escolhem, e outros são ceguinhos e são escolhidos. Poderia começar a dar nós à questão dizendo que depende de cada um em cada momento, que ás vezes é mais uma coisa e outras mais outras…<br /><br />Perder tempo. A resposta é mais simples.<br /><br />Principio? Meio? Fim? Todas as coisas são, ao mesmo tempo, principio, meio e fim! Simplesmente são!<br /><br />Para mim, <strong>o Yôga é um principio, um meio e um fim</strong>. <strong>Nele me perco e me encontro. O sigo, apoio e utilizo. Através dele me conheço e expresso!<br /></strong><br /><strong>Sou Yôgin, sou Yôgi, sou Yôga.</strong></span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-1152957310934733022006-07-15T02:48:00.000-07:002008-05-14T06:58:24.322-07:00Integração pela normalidade II<strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >Normal? Não! Comum...</span></strong><br /><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" ><br /></span></strong><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Um amigo recomeçou, após alguns anos, a comer carnes, beber álcool e mandar as suas fumaças...</span><br /><div style="text-align: justify;"><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Voltou a fazer como antes fazia. E como a maioria.</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Embora tenha sido influenciado pela pressão das circunstâncias, pelos que o rodeiam, etc. essas mudanças de hábitos e consumos tiveram algo de interessante: foram feitas como <strong>opção bastante consciente e voluntária</strong>.<br /><br /></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Ainda que a sua consciência lhe diga que os seus renovados consumos não são os mais saudáveis, sente-se mais que compensado pela união com os hábitos mais comuns da maioria das pessoas!Ele <strong>escolheu isso de forma propositada para ser o mais "normal" possível</strong>. <strong>Uma procura de integração pela normalidade!<br /><br /></strong></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Acho isso interessante pois é raro.<br /><br /></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Muitos procuram ser diferentes para se destacarem. Muitos sonham em destacar-se da normalidade mas não conseguem por medo de ser diferentes.<strong> Mas só alguns poucos procuram conscientemente e como opção, a normalidade.</strong><br /><br /></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Mas, no caso destes hábitos (vícios) e respectivos consumos, parece-me que já não há grandes discriminações, nem destaques, nem nada de especial. É uma área onde já há grande tolerância e normalidade nas diferenças.<br /><br /></span><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Não comer carnes, não beber álcool e não mandar umas fumaças parece-me algo absolutamente normal. Uma opção de pessoas muito normais. Não a mais comum! Mas normal.</span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);"><strong>Ser normal...mas não comum!</strong></span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);"><strong></strong></span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);font-size:85%;" >(este texto tem cerca de um ano)</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-1152616011367414602006-07-11T03:58:00.000-07:002008-05-14T06:59:13.267-07:00Filosofia não, palhaçadas sim!?!<div align="justify"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/5865/620/1600/Ayurveda%20treatment.0.jpg"><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; float: left;" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/5865/620/200/Ayurveda%20treatment.jpg" border="0" /></a><strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:130%;" >Curas e purificações!<br /></span></strong><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Dentro do vasto universo do Yôga há quem dê muito espaço e ênfase ao suposto poder curativo e purificador do Yôga.Demais na minha opinião!É devido ao mercantilismo utilitário e manipulador de sentimentos de culpa e pecado em relação à própria vida.É um mercado garantido: <strong>problemas de saúde são eternos. Desespero perante eles também. Busca de soluções fáceis e miraculosas são recorrentes e nelas se investe muito $ com poucas perguntas e muita fé!</strong> Charlatães esfregam as mãos… </span></div><div align="justify"><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">É uma febre de curas e purificações. Corporais e espirituais!Fico pasmo! Gente nova… Gente nova que adora purificar-se através do Yôga?!!Mesmo sabendo dos hábitos típicos dos nossos dias faz-me impressão. <strong>Serão assim tão doentes? Serão assim tão impuros? É assim que se vêem? Parece-me mais alguma culpa a querer ser expiada…</strong>Ou então simplesmente gostam de brincar ás limpezas!</span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);"></span> </div><div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Parece que seria mais inteligente, barato e simples não se sujarem, construindo bons hábitos de vida. Mas não! Se assim fosse não teriam motivos para empreender tão espectaculares lavagens…(ao cérebro?!)! Lavagens que praticam com tanto fanatismo como o entusiasmo com que divulgam tais praticas.E assim se menciona a filosofia Yôga num contexto <strong>leviano</strong> de purificações e curas. Como medecina, “alternativa”…Tristeza.<br /><br />Não se trata de negar as potencialidades terapêuticas de certas <strong>técnicas que o Yôga também usa</strong>, mas simplesmente de saber distinguir e não deturpar tudo. </span></div><div align="justify"><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Há algum tempo, num chat, troquei pontos de vista sobre o assunto:</span></div><div align="justify"> </div><div align="justify">“…Yôga is not for healing. A person who is sick must not pratice Yôga.If you are sick than you must get well before you pratice. Any meanings are ok. There are many different and wonderful therapies out there. Including Ayurvêda, which is indian, and, like yoga, is a part of Hindu culture. Why mix and confuse everything? It’s not necessary.”</div><div align="justify"> </div><div align="justify">“…About the subject, one more contribution…If “Whatever helps the body, the mind and the "soul"” is medicine (or alternative medicine) than, make love is medicine. Have fun with your friends is medicine. Contemplate a nice piece of art is medicine. Practice a martial art is medicine. Jogging is medicine. Eating is medicine…Anything positive is medicine!!?!To me, medicine is anything that brings you to your normal, to your medium capacities, to your common health when you are down. Medicine brings you to normal. Yôga is not for that. It’s very good to PREVENT sickness. To stay well and GO FURTHER. To have more energy than normal. Canalise it to more concentration, so that it’s possible to meditate easier. So that it’s possible to go even further.To me is not easy to understand why so many people are so interested in purification, and in “get well” with Yôga. Looking at your photo you appear to be beautiful and with good health. Doesn’t look like you need medicine. You are in perfect shape for…Yôga. For Yôga to leads into extra capacities, into philosophy, self-knowledge, which is even more interesting (not more important) that medicine!”</div><div align="justify"> </div><div align="justify">"...As I said before , in my opinion, Yôga is NOT alternative medicine. It’s not a medicine at all.Once again. If you want to approach medicine in a more psychological and spiritual way, than you better search for Ayurvêda. That uses some techniques that yôga also use, but in this case for healing, or at least to maintain health.Yôga techniques exist for give the practitioner more energy, and canalise it for more concentration and meditation, which end up give you the samádhi, the self- knowledge…There are no need to confusing booth systems. Are two different things. With different proposals, and ways of acting.Medicine is very respectable and important but is not philosophy!”<br /><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">Acho que mais esta troca de ideias não mudou nada! As ideias feitas são quase intransponíveis.</span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(51, 102, 255);"><br />O Método DeRose, que eu pratico e ensino, não tem pretensões terapêuticas. </span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24530150.post-1152231372823246492006-07-06T17:06:00.000-07:002007-05-01T09:04:20.513-07:00Integração pela normalidade<div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ff6600;"><strong>Yôga X normalidade</strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#3366ff;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#3366ff;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#3366ff;">Acho curioso.<br /><br />Na Índia o Yôga, nas suas múltiplas formas (sobretudo na de bhákti) faz parte da cultura tradicional. Tanto das elites como da cultura popular. È algo mais que normal. É algo banal. Até os excêntricos fazem parte do folclore tradicional! Até se vende yôga “pret à porter” para os turistas espirituais…<br /><br />Já no ocidente o Yôga é procurado pela diferença.<br /><br />Uma coisa utilitária…mas do oriente, meio mística, sabe-se lá se tem uns poderes. Talvez acalme e até cure! Uma espiritualidade que não é a tradicional, está renovada, é “new age”, é muito livre... Por aqui ainda é algo novo e diferente que é procurado por muita gente que quer experimentar novidades e talvez até quer mudar-se a si mesmos e sobretudo ao mundo. Ser algo mais. Estar fora do “sistema”, adoptar outros hábitos, outras vestes ou alimentação…Dizer coisas fantásticas e parecer transcendente. “Sentir”. Conseguir ter “visões” extraordinárias. E sobretudo poder mostar-se e até exibir essas supostas diferenças.<br /><br />E muitos dos praticantes exibem isso muito claramente. Acham-se o máximo. Muito mais lúcidos ou puros e saudáveis, para dizer o mínimo. E alguns acham que têm poderes e sabem alguma coisa de especial. E para quem olha de fora friamente percebe claramente: <strong>entre exibicionismo e instabilidade…sobra pouco.<br /></strong><br />Cada vez mais vejo <strong>gente que nunca tendo ouvido falar de Yôga é muito mais Yôga que a maioria dos assumidos Yôgis que eu conheço. Incluindo eu!<br /></strong><br />Acho curioso constatar: praticar Yôga, no ocidente, é fazer algo diferente, logo desintegra! Mas cada vez menos, porque o “alternativo” está na moda, e a moda…integra!<br /><br />A vida é um paradoxo.<br /><br />Para mim <strong>o Yôga dá-me, cada vez mais, normalidade. Simples e absoluta. Dá-me realidade “nua e crua”. O “aqui e agora”. Sem escapes.</strong> Com o bom e o mau e toda a diversidade em evolução, mas sempre a mesma coisa. E é precisamente a integração pela normalidade que procuro cada vez mais!<br /><br /><strong>Não será a normalidade uma forma de integração? Talvez a mais natural de todas? </strong>E agora que escrevo isto percebo: o querer ser diferente, mais e melhor que os outros, o egoísmo, é a coisa mais natural e normal do mundo! Enfim…se calhar o meu querer ser normal, é a minha forma de…ser diferente!<br /><br />Sei que o meu tipo de Yôga não “encanta”muita gente precisamente por ser demasiado técnico e até “clean”. Para alguns falta um pouco de “magia”. Aquelas tangas espirituais, uma mirada distante que sugere estar a “ver” algo mais além, umas palavras confortáveis, supostas purificações quase divinas, rituais envolventes, algumas promessas gloriosas, um aspecto diferenciado do “sistema”. E sobretudo o “<strong>sentir</strong>”. O apelo ao “coração”, ao “sentir”, está muito em voga, como uma espécie de compensação por dois séculos onde se exaltava a superioridade da razão…<br /><br />Ás vezes a vontade que tenho é de criar uma seita do mais charlatã possível (tipo: Antonianos do 8º dia da Luz de Rudra (que, obviamente, usam processos ióguicos!!!), só para gozar e extorquir essas pessoas. Mas (ainda) tenho alguma vergonha, que me impede de fazer o teatro com ar de convicção.</span></div><div align="justify"><span style="color:#3366ff;"><br /><strong>Entretanto é só isto que tenho para dar: filosofia; uma pratica</strong>. Se gostam e querem óptimo, senão que se lixe! (frequentemente encaminho gente para suposta concorrência)</span></div>Unknownnoreply@blogger.com2