As paranóias do ego


Ego


Estou farto das paranóias com o ego.

No Yôga (e yoga e ióga) é demais. Qualquer coisa que se faça (ou até omissão) tem logo uma acusação disparada de ego ( e condicionamento), como se fosse coisa má.

Tenho para mim claro que o Yôga é um processo de transcendência do ego. Ou seja, da consciência blindada nos limites ilusórios do ego.

Mas transcender não é de todo aniquilar, destruir, ou sequer ver no ego um adversário terrível!

Transcende-se o ego, através do próprio ego. Aliás, a própria transcendência parece-me uma ambição bastante egóica!

E transcende-se mas mantém-se um ego. Esse complexo a que se chama ego-personalidade. Essa coisa que vai sendo. Esse devir que identificamos com o nosso nome e serve à nossa expressão na existência!

O ego é bom. Pelo menos o meu é. E aqueles de quem eu gosto também. E também o é o daqueles que me gostam e querem bem.

E, observando bem as coisas, os paranóicos com o ego, na realidade, têm problemas mas é com o ego dos outros…

E digo mais: não existe nenhum ponto de observação melhor para contemplar o mundo que o ego. E para perceber os outros o melhor é fazer dárshana no seu ego. Tudo se torna imediatamente mais claro…

É um ponto absolutamente coerente em si mesmo, o qual podemos contemplar para entender com perfeição todas as coisas!

O único problema é que para fazê-lo temos também de transcendê-lo!

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