"Defender o yoga"

Frequentemente, entre professores, praticantes e até meros simpatizantes de yoga verificam-se criticas, indignações, até movimentos para “defender o yoga”!

Defender o yoga de quê, ou mais precisamente, de quem?

Aparentemente é de usurpadores, deturpadores, e mal informantes. Pessoas, empresas, que se aproveitam do yoga para ganhar dinheiro, o usam na publicidade, o usam para se dar importância, ganhar fama, seguidores, etc. Pessoas que não percebem bem o yoga , a sua “essência”, a sua origem e propósitos “verdadeiros”, o valor supremo da “tradição”, e por isso, com ou sem malícia, deturpam a sua “pureza”.

Bem, eu duvido que o yoga tenha uma origem e propósitos únicos, desconfio muito de discursos moralistas acerca de purezas, para mim tradições jamais são puras e intocáveis, e até diria que é algo ridículo falar na “essência” do yoga, ou de “verdadeiro”yoga. É que yoga, para mim, é o processo de auto conhecimento. Yoga sou eu a auto conhecer-me, a reconhecer-me, a meditar, a concentrar-me…Muita gente que nunca ouviu a palavra yoga é yogi, e muitos yogis famosos mais parece que nunca a ouviram! Por tanto, para mim, não há por aí nenhum yoga, autónomo, que exista de per si, e para si, de que se possa falar como se fosse uma objecto ou um sujeito. Nem sequer é uma cultura.  E, por arrasto de raciocínio, também não existe um tal yoga que se possa atacar, ou defender, ou deturpar, usurpar,
etc. 

O que vejo é muita possessividade de professores, que criticam outros actores do mundo, especialmente outros professores, porque gostam de se diferenciar deles (por uma questão de marketing…) e porque, não obstante tantos discursos de humildade e desapego, gostavam de ser donos do yoga, ou pelo menos impor a sua visão acerca do que o yoga é e deve ser aos demais. É ego…logo no yoga, este mundinho onde se fala tanto de união!

Tanto me faz se uma empresa de colchões, um banco, uma cervejaria ou um professor de yoga usam a palavra yoga para o que, e como quer que seja. Podem buscar e vender autoconhecimento, sexo depravado, ou simplesmente dinheiro. Ou tudo. É-me indiferente se é yoga pela paz, ou para viagens astrais, para rir, endireitar a coluna, ter orgasmos explosivos, vender incensos de bosta de vaca, empréstimos bancários celestiais, ou adquirir firmeza nos gluteos! “yoga” é só uma palavra. Não sou, nem ninguém é, dono dela. E o que quer que digam e façam com tal palavrinha, não é isso que me vai ajudar ou prejudicar no meu processo de autoconhecimento, a que eu chamo yoga, com nem mais nem menos direito que qualquer outro. 

E se, por absurdo, alguém registasse comercialmente a palavra "yoga", ou "hatha yoga", ou "vedanta"?! Suponhamos que isso era possível ( e acho que não é!), e um chico esperto passava a ser dono da palavra, e a pedir royalties pelo seu uso, ou proibia todos os demais de usá-la...algo do genero. E dái? Eu poderia continuar a ser yogi, tal e qual. E se fosse problemático usar a palavra podia sempre usar...yoge,  ioga, ou iouga, ou samkhya, ou auto conhecimento, ou método tony, ou outra denominação qualquer, ou nenhuma! E daí? Não seria nem mais nem menos yogi por isso.


Tudo bem, não sou a favor de passividade, e acho bem que se resguardem patrimónios da humanidade, para toda a humanidade. Mas e que tal um pouco mais de desapego, e foco no essencial?

1 comment:

Brazil said...

Comunicar e incentivar. Seja aberto e com antecedência sobre a introdução da nova geração aos funcionários. Comunicar cedo e regularmente. Considere organizar o almoço e os aprendizes para apresentar atualizações e responder a perguntas. Procure também possibilidades para motivar sua equipe a realizar as modificações, que consistem em mais tempo livre, promoções, aumentos salariais, títulos ou outras vantagens. click here